Coletânea de provas e exercícios de interpretação de texto
Felicidade Clandestina - Clarice Lispector
1. “Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer
sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As
Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era
um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente
acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte
e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria
esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas
me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo.
Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa.
Não me mandou entrar.
Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra
menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua
a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.
Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias
seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo
mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria
era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa,
com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda
não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como
mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte” com ela ia se
repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei.”
(FELICIDADE CLANDESTINA, Clarice Lispector).
De acordo com o
texto, classifique as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).
I. Há uma diferença
social entre as duas personagens.
II. A narradora é
filha do dono da livraria.
III. A esperança de
ler o livro fez a amizade entre as duas meninas.
IV. Morar em um
sobrado é sinal de inferioridade social.
V. “Plano secreto” e
“tortura chinesa” funcionam como sinônimos no texto.
São verdadeiras:
A) Apenas a II, a III
e a V
B) Apenas a I, a IV e
a V
C) Apenas a I, a II e
a V
D) Apenas a II, a IV
e a V
2. No trecho “Era um livro grosso, meu Deus, era um livro
para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.” (FELICIDADE CLANDESTINA,
Clarice Lispector), fica evidente:
A) Gradação de
sentimentos da narradora.
B) Seqüência de fatos
vividos no passado.
C) Descaso da
narradora com a leitura.
D) Descrição física
do livro.
3. Na prosa intimista,
mesclam-se fatos e opiniões. Nos fragmentos abaixo, extraídos do conto O grande passeio (Felicidade clandestina), assinale a alternativa que contém apenas
fato.
A.
“Era
uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só
no mundo.”
B.
Mocinha
nascera no Maranhão, onde sempre vivera
C.
“Pôs-se
então a comer, absorta, com o mesmo ar de fastio que os gringos do Maranhão
têm.”
D.
“A
estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito.”
4. Leia o primeiro
parágrafo da crônica A repartição dos
pães e assinale a alternativa incorreta.
Era sábado e estávamos convidados para o
almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo
com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca do
desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado
e fôssemos obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não
queria a ninguém. Quanto a meu sábado – que fora da janela se balançava em
acácias e sombras – eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-lo na mão dura, onde eu
o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia
nosso olhar sem umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A
avareza de não repartir o sábado ia pouco a pouco roendo e avançando como
ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
(LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.)
A.
O
trecho em questão revela características do estilo de Clarice Lispector, tais como:
narrativa concentrada no espaço mental das personagens; despreocupação em
descrever fisicamente as personagens e nomeá-las; importância secundária do
enredo.
B.
A
personagem narradora parece traduzir o que a autora dizia sobre ela mesma: mais
que uma escritora, era uma “sentidora”, porque registrava em palavras aquilo
que sentia.
C. O emprego dos pronomes eu, nós
e você causa uma impressão de
sentimento coletivo em relação ao sábado desperdiçado pelas personagens naquele
momento e lugar.
D. Em
“cada um fora alguma vez
feliz” e “que fora da janela” as palavras grifadas são homônimas
homógrafas e pertencem a mesma classe gramatical.
5. Leia o texto para responder à questão:
“ Apesar de
achar que o carnaval era meu, meu, eu dele pouco participava. Apenas deixavam-me
ficar até às onze horas ao pé da escada do sobrado onde morávamos, para ver os
outros se divertirem. Ganhava um lança-perfume e um saco de confete, que
economizava para os três dias. Tinha medo das
máscaras por suspeitar que o rosto humano também fosse uma. Nunca me
fantasiavam, pois a preocupação era com minha mãe doente. Mas uma de minhas
irmãs enrolava meus cabelos lisos, pintava minha boca de batom e passava ruge
no meu rosto. Mas houve um carnaval diferente, quando a mãe de uma amiga minha resolveu fantasiar a filha com o
figurino Rosa. Boquiaberta, assistia a fantasia tomar forma, na qual as folhas
de papel crepom nem de longe lembravam as pétalas da flor, mesmo assim era a
fantasia mais bela que já vira. Como sobrou material, a mãe da menina resolveu
fazer uma fantasia para mim também. Quase arrebentei de felicidade. Só os
preparativos já me deixavam tonta de alegria. Não agüentava tanta ansiedade.”
(Restos de Carnaval,
Felicidade Clandestina – Clarice Lispector).
Sobre o fragmento
lido e os demais contos de Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, só NÃO
é correto afirmar
que:
A) sua narrativa não
é linear, pois a ênfase está na subjetividade e no inconsciente expostos numa
prosa introspectiva.
B) a denominação dos
personagens e a referência à paisagem, em que os fatos ocorrem, são prioridades nos textos da autora.
C) o fluxo da
consciência e a liberação das idéias revelam a vivência psicológica das
personagens.
D) predomina o tempo
psicológico, visto que é o fluxo do pensamento das personagens que importa na narrativa.
E) suas personagens
descobrem-se num mundo absurdo; tal descoberta dá-se normalmente diante de um
fato inusitado, pelo menos para a personagem.
Gabarito1b; 2a; 3b; 4d; 5b
A Rua
Adelino Magalhães
Ah! sim, um despejo, aquilo!
Lépido boêmio em farrapos e de rotíssimo boné à
cabeça, isso talvez tu compreendas: que, quando se é pobre, não se pode pagar:
e que quando não se pode pagar...tem-se de sofrer qualquer coisa que se não sabe
o que é, que se não sabe até aonde vai...
Vingança da miséria – a miséria desses trastes
desengonçados e sujos, desses cacarecos a desestetizar, como uma mazela odienta,
a serena reta orgulhosa da rua, flanqueada de caprichadas arquiteturas...
Os miseráveis talvez não pensem – inconsciente
vingança – nessa vingança!
Talvez na casa alheia já comecem a sofrer os covardes
vexames de amigos, - já cochichem com os olhos a verdade duríssima dessa nova e
mais dolorosa miséria, e talvez as crianças choraminguem de fome; e talvez, no
íntimo, choraminguem todos de saudade!
De saudade choraminguem de sua velha cama; de sua
mesa sem uma perna; de sua bacia já em furos; de seu lavatório de sardento
espelho amarelado e de sua antiga moringa, sem gargalo – que essa, pelos menos,
se não fosse o pavoroso afã da debandada, poderiam ter trazido...
Miséria! Os filósofos te suportam porque... não te
conhecem!
QUESTÕES:
01) Depreende-se do texto que não é símbolo material
de miséria:
(A) moringa sem gargalo;
(B) mesa capenga;
(C) cama desconjuntada;
(D) bacia furada;
(E) reta serena.
02) A causa mais íntima e profunda do choro das
crianças seria(m):
(A) a saudade;
(B) os vexames dos amigos;
(C) a verdade duríssima;
(D) os filósofos;
(E) as caprichadas arquiteturas.
03) “...caprichadas arquiteturas...” são:
(A) barracos;
(B) palacetes;
(C) as ruas serenas;
(D) os trastes desengonçados e sujos;
(E) cacarecos desestetizantes.
04) “De saudade choraminguem de sua velha cama”. As
partículas “de”, duas vezes presentes nesse enunciado, denotam respectivamente:
(A) causa e agente do sentimento;
(B) posse e causa;
(C) meio e objeto do sentimento;
(D) causa e objeto do sentimento;
(E) causa e instrumento.
05) O adjetivo “andrajoso” aplica-se com perfeição
ao boêmio, principalmente por
causa dos dois seguintes termos:
(A) lépido e boné;
(B) boêmio e farrapo;
(C) farrapos e rotíssimo;
(D) farrapos e cabeça;
(E) lépido e cabeça.
06) Em função do título do texto e seu próprio estilo
narrativo, o Autor era, no momento do despejo:
(A) um pobre miserável e desocupado;
(B) um político influente e aproveitador;
(C) um simples transeunte ocasional;
(D) um jornalista sedento de sensacionalismo;
(E) um sádico espectador.
07) Pelo texto, percebemos que o lavatório é:
(A) antigo e manchado;
(B) enfeitado de gravuras;
(C) pintado de amarelo;
(D) sujo, embora novo;
(E) pobre e inútil.
08) A vingança da miséria consiste em:
(A) propiciar os covardes vexames de amigos;
(B) quebrar a serenidade e o orgulho da imponente
rua;
(C) desestetizar os trastes desengonçados e sujos;
(D) flanquear as ruas de caprichosas arquiteturas;
(E) provocar choro nas crianças.
09) “...os covardes vexames de amigos...” consistem
em:
(A) suportarem a miséria;
(B) choramingarem de fome e de saudade;
(C) sentirem-se intrusos em casa alheia;
(D) possuírem bacia furada e moringas sem gargalo;
(E) desestetizarem com seus trastes a serenidade da
rua.
10) As palavras iniciais do texto são dirigidas:
(A) à rua;
(B) aos despejados;
(C) às crianças;
(D) ao próprio Autor: é um monólogo.
(E) ao boêmio.
Gabarito: 1e; 2a; 3e; 4c; 5c; 6c; 7a; 8b; 9a; 10e.
Stents
medicamentosos podem trazer mais benefícios que os comuns
1. “Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer
sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As
Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era
um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente
acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte
e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria
esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas
me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo.
Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa.
Não me mandou entrar.
Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra
menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua
a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.
Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias
seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo
mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria
era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa,
com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda
não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como
mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte” com ela ia se
repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei.”
(FELICIDADE CLANDESTINA, Clarice Lispector).
De acordo com o
texto, classifique as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).
I. Há uma diferença
social entre as duas personagens.
II. A narradora é
filha do dono da livraria.
III. A esperança de
ler o livro fez a amizade entre as duas meninas.
IV. Morar em um
sobrado é sinal de inferioridade social.
V. “Plano secreto” e
“tortura chinesa” funcionam como sinônimos no texto.
São verdadeiras:
A) Apenas a II, a III
e a V
B) Apenas a I, a IV e
a V
C) Apenas a I, a II e
a V
D) Apenas a II, a IV
e a V
2. No trecho “Era um livro grosso, meu Deus, era um livro
para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.” (FELICIDADE CLANDESTINA,
Clarice Lispector), fica evidente:
A) Gradação de
sentimentos da narradora.
B) Seqüência de fatos
vividos no passado.
C) Descaso da
narradora com a leitura.
D) Descrição física
do livro.
3. Na prosa intimista,
mesclam-se fatos e opiniões. Nos fragmentos abaixo, extraídos do conto O grande passeio (Felicidade clandestina), assinale a alternativa que contém apenas
fato.
A.
“Era
uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só
no mundo.”
B.
Mocinha
nascera no Maranhão, onde sempre vivera
C.
“Pôs-se
então a comer, absorta, com o mesmo ar de fastio que os gringos do Maranhão
têm.”
D.
“A
estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito.”
4. Leia o primeiro
parágrafo da crônica A repartição dos
pães e assinale a alternativa incorreta.
Era sábado e estávamos convidados para o
almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo
com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca do
desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado
e fôssemos obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não
queria a ninguém. Quanto a meu sábado – que fora da janela se balançava em
acácias e sombras – eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-lo na mão dura, onde eu
o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia
nosso olhar sem umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A
avareza de não repartir o sábado ia pouco a pouco roendo e avançando como
ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
(LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.)
A.
O
trecho em questão revela características do estilo de Clarice Lispector, tais como:
narrativa concentrada no espaço mental das personagens; despreocupação em
descrever fisicamente as personagens e nomeá-las; importância secundária do
enredo.
B.
A
personagem narradora parece traduzir o que a autora dizia sobre ela mesma: mais
que uma escritora, era uma “sentidora”, porque registrava em palavras aquilo
que sentia.
C. O emprego dos pronomes eu, nós
e você causa uma impressão de
sentimento coletivo em relação ao sábado desperdiçado pelas personagens naquele
momento e lugar.
D. Em
“cada um fora alguma vez
feliz” e “que fora da janela” as palavras grifadas são homônimas
homógrafas e pertencem a mesma classe gramatical.
“ Apesar de
achar que o carnaval era meu, meu, eu dele pouco participava. Apenas deixavam-me
ficar até às onze horas ao pé da escada do sobrado onde morávamos, para ver os
outros se divertirem. Ganhava um lança-perfume e um saco de confete, que
economizava para os três dias. Tinha medo das
máscaras por suspeitar que o rosto humano também fosse uma. Nunca me
fantasiavam, pois a preocupação era com minha mãe doente. Mas uma de minhas
irmãs enrolava meus cabelos lisos, pintava minha boca de batom e passava ruge
no meu rosto. Mas houve um carnaval diferente, quando a mãe de uma amiga minha resolveu fantasiar a filha com o
figurino Rosa. Boquiaberta, assistia a fantasia tomar forma, na qual as folhas
de papel crepom nem de longe lembravam as pétalas da flor, mesmo assim era a
fantasia mais bela que já vira. Como sobrou material, a mãe da menina resolveu
fazer uma fantasia para mim também. Quase arrebentei de felicidade. Só os
preparativos já me deixavam tonta de alegria. Não agüentava tanta ansiedade.”
(Restos de Carnaval,
Felicidade Clandestina – Clarice Lispector).
Sobre o fragmento
lido e os demais contos de Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, só NÃO
é correto afirmar
que:
A) sua narrativa não
é linear, pois a ênfase está na subjetividade e no inconsciente expostos numa
prosa introspectiva.
B) a denominação dos
personagens e a referência à paisagem, em que os fatos ocorrem, são prioridades nos textos da autora.
C) o fluxo da
consciência e a liberação das idéias revelam a vivência psicológica das
personagens.
D) predomina o tempo
psicológico, visto que é o fluxo do pensamento das personagens que importa na narrativa.
E) suas personagens
descobrem-se num mundo absurdo; tal descoberta dá-se normalmente diante de um
fato inusitado, pelo menos para a personagem.
Gabarito1b; 2a; 3b; 4d; 5b
Pesquisas desfazem má impressão deixada por dados anteriores.Uso de estratégia diminui necessidade de novas intervenções. Luis Fernando Correia
Os
stents medicamentosos, mais modernos e mais caros, sofreram críticas intensas
após uma pesquisa, em 2006, apontar
aumento da mortalidade nos pacientes tratados com eles. Na edição de 7 de maio
da revista "The New England Journal
of Medicine", duas pesquisas demonstram a superioridade dos stents
medicamentosos sobre os comuns.
No
primeiro estudo, pacientes com infartos agudos do coração receberam stents
comuns ou medicamentosos. O grupo
dos stents medicamentosos necessita menos de novos procedimentos por fechamento
das artérias tratadas
no primeiro ano pós-tratamento. Na outra pesquisa, todos os pacientes que
receberam stents na Suécia entre 2003
e 2006 foram acompanhados. Os que foram tratados com stents medicamentosos
também mostraram que seu risco de reobstrução era menor. A mortalidade, que foi o motivo principal da crítica em
2006, não foi alterada entre os dois grupos
nos dois estudos.
Alem
dessas evidências, um grande estudo sobre o tema foi apresentado no Congresso
da Associação Americana do
Coração. Mais de 260 mil casos de tratamento com stents dos dois tipos foram
avaliados. Nesse estudo, os stents medicamentosos
foram associados a uma diminuição das mortes e infartos não fatais. Os especialistas
avaliam que as diferenças
entre os achados anteriores e os atuais podem se dever a uma melhor seleção dos
pacientes candidatos ao tratamento.
A
angioplastia é um tratamento que desobstrui as artérias através de um
cateterismo. Nesse procedimento, um cateter
com um pequeno balão é guiado até a região fechada da artéria. Quando atinge a
obstrução, o balão é inflado ereabre
a artéria, comprimindo a placa de gordura contra a parede arterial. Como
existia a possibilidade do fechamento da artéria
logo após sua reabertura, foram desenvolvidos os stents. Essas pequenas
estruturas metálicas têm o formato de molas,
que se expandem e mantêm a artéria aberta após a angioplastia.
O
desenvolvimento posterior foi a adição de medicamentos aos stents com o intuito
de prevenir a formação de trombos
nas regiões tratadas das artérias. O futuro parece ser dos stents
biodegradáveis, que se dissolvem após algum tempo.
Resta aguardar a evolução tecnológica e os resultados clínicos de sua
aplicação.
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1113807-5603,00-STENTS+MEDICAMENTOSOS+PODEM+TRAZER+MAIS+
BENEFICIOS+QUE+OS+ COMUNS.html
03.
O assunto principal do texto, é:
A)
A imprecisão das pesquisas da área médica.
B)
O aumento da mortalidade nos pacientes tratados com stents medicamentosos.
C)
As vantagens dos stents medicamentosos sobre os comuns.
D)
As pesquisas sobre stents biodegradáveis.
04.
De acordo com o texto, as intensas críticas que os stents medicamentosos
sofreram após uma pesquisa realizada
em
2006 se deveram ao fato desta pesquisa apontar para:
A)
Seu custo elevado.
B)
Aumento da mortalidade nos pacientes tratados comeles.
C)
A diminuição da necessidade de novos procedimentos por fechamento das artérias
apenas no primeiro ano póstratamento.
D)
O aumento do risco de reobistrução em pacientes tratados com eles.
05.
Ainda de acordo com o texto, a mortalidade dos pacientes tratados com stents
medicamentosos:
A)
É maior que a dos pacientes tratados com stents comuns apenas na primeira
pesquisa citada.
B)
É, em todos os estudos mostrados, maior que a dos pacientes tratados com stents
comuns.
C)
É maior que a dos pacientes tratados com stents comuns na primeira pesquisa
citada, e menor em uma das pesquisas
publicada na edição de 7 de maio da revista "The New England Journal of
Medicine".
D)
É maior que a dos pacientes tratados com stents comuns na primeira pesquisa
citada, e também maior em uma das
pesquisas
publicada na edição de 7 de maio da revista "The New England Journal of
Medicine".
06.
Depois de ler atentamente o texto acima, podemos afirmar que nele são citadas
algumas pesquisas que
demonstram
a superioridade dos stents medicamentosos sobre os comuns. Estas pesquisas são
em número de:
A)
2
B)
3
C)
4
D)
1
A)
Os pacientes que receberam stents comuns não necessitaram de novos
procedimentos por fechamento das
artérias.
B)
Os pacientes que receberam stents medicamentosos não necessitaram de novos
procedimentos por fechamento
das
artérias.
C)
Os pacientes que receberam stents medicamentosos só necessitaram de novos
procedimentos por fechamento
das
artérias depois do primeiro ano pós-tratamento.
D)
Tanto no grupo dos pacientes que receberam stents comuns quanto no daqueles que
receberam stents
medicamentosos,
houve casos em que o paciente precisou de novo procedimento por fechamento das artérias já no primeiro ano pós-tratamento.
Leia o texto para responder às próximas
3 questões.
No fim da década de
90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu
fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como
diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os
brasileiros estão entre os povos mais atrasados – do ponto de vista temporal,
bem entendido – do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas
percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios
corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram
muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o
primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual.
Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres.
O estudo de Robert
Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. “Nos
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor
cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações
sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de
entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma
festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser
mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser
pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte
público?
(Veja, 02.12.2009)
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 24 - De acordo com o
texto, os brasileiros são piores do que outros povos em
(A) eficiência de correios e andar a
pé.
(B) ajuste de relógios e andar a pé.
(C) marcar compromissos fora de hora.
(D) criar desculpas para atrasos.
(E) dar satisfações por atrasos.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 25 - Pondo
foco no processo de coesão textual do 2.º parágrafo, pode-se concluir que
Levine é um
(A) jornalista.
(B) economista.
(C) cronometrista.
(D) ensaísta.
(E) psicólogo.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 26 - A expressão chá
de cadeira, no texto, tem o significado de
(A) bebida feita com derivado de pinho.
(B) ausência de convite para dançar.
(C) longa espera para conseguir
assento.
(D) ficar sentado esperando o chá.
(E) longa espera em diferentes
situações.
Usina Nuclear no Nordeste
O Governo Federal já deixou claro que os planos da Eletrobrás para o
Nordeste não se resumem à construção de novas hidrelétricas. E mais cedo do que
se esperava, em cerca de três anos, o sistema deve anunciar a construção da
primeira usina nuclear da Região, tendo as proximidades do Rio São Francisco
como um dos maiores candidatos ao projeto, segundo afirmou com
exclusividade à coluna o presidente da
Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Nas palavras do executivo, a Chesf
pode ser uma parceira natural desse projeto. Mas essa intenção – já que não se
tratam de estudos oficiais – só será revelada no início de 2007, quando a
estatal divulgará o seu programa estratégico para os próximos dez anos. Para se
ter ideia do tamanho do negócio, os reatores
mais modernos do mundo, com potência de
1 mil Megawatts, custam cerca de US$ 2 bilhões. A usina de Angra I, por
exemplo, dispõe de 626 Megawatts.
No entanto, antes de se levar adiante um empreendimento desse porte, é
preciso iniciar uma polêmica discussão com os órgãos de defesa ao meio
ambiente, pois até os estudos de localização dessas usinas só podem prosseguir
com autorização do Conselho Nacional de Política Energética. Se a discussão
sobre a transposição do “Velho Chico” deu trabalho, imaginem então a construção
de uma usina nuclear...
“Chernobyl foi um trauma, não se constroem mais usinas daquela forma.” (Othon
Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, minimizando o temor da
população quando o assunto é a instalação de reatores nucleares no País). CAMPOS,
Bruna Siqueira. Folha de Pernambuco. Folha Econômica. p.2. (adaptado)
1. O tópico central do texto é
A) a transposição do “Velho Chico”.
B) o programa estratégico da Chesf.
C) a construção de uma usina nuclear no
Nordeste.
D) a construção de novas hidrelétricas
no Nordeste.
E) a discussão com os órgãos de defesa
ao meio ambiente.
2. O segundo parágrafo tem como foco
A) o porte do empreendimento.
B) as controvérsias ambientais.
C) os estudos de localização das
usinas.
D) a transposição do “Velho Chico”.
E) o Conselho Nacional de Política
Energética.
3. O teor do texto indica que a sua
autora tem como objetivo
A) criticar a construção de usinas
nucleares no Nordeste.
B) defender interesses relacionados à
proteção ambiental.
C) denunciar o volume de gastos
necessários ao projeto.
D) chamar a atenção sobre os planos da
Eletrobras para o Nordeste.
E) discutir a transposição do rio São
Francisco.
4. Para conferir fidedignidade às
informações do texto, a autora
A) apresenta a sua própria opinião
sobre o assunto.
B) cita o nome de autoridade
responsável.
C) faz comparação entre Angra I e
usinas modernas.
D) introduz pontos de vista opostos.
E) mostra dados de estudos oficiais.
5. Observe a frase “Chernobyl foi um
trauma, não se constroem mais usinas daquela forma”. Considerando o autor da
frase, bem como o contexto em que ela foi proferida, indique a opção que traduz
o seu conteúdo.
A) Ninguém precisa se preocupar: não
teremos usina nuclear no Nordeste.
B) Chernobyl agora está moderna e já
não oferece riscos de acidentes.
C) Em Chernobyl, o governo russo não se
preocupou com a segurança.
D) A população não precisa temer, pois
a usina nuclear será moderna e segura.
E) Respeitaremos as normas de segurança
determinadas em Chernobyl.
6. Considerando o modo como o tema foi
desenvolvido no texto, pode-se dizer que a função de linguagem predominante é a
A) apelativa.
B) expressiva.
C) metalingüística.
D) poética.
E) referencial.
7. Aponte a única expressão do texto
que NÃO indica
circunstância temporal.
A) mais cedo (linha 2)
B) em cerca de três anos (linha 2)
C) primeira usina nuclear (linha 2)
D) no início de 2007 (linha 5)
E) antes de se levar
(linha 9)
Gabarito -1.c-2.b-3.d-4.b-5.d-6.e-7.c
Por que sentimos mais dor no frio?
A psicologia
evolutiva diz algo parecido com o que sua mãe diria: "É pra você
aprender" por Nathália
Braga
Sabe a
diferença entre fatalidade e tragédia? Fatalidade é bater o pé no batente da
porta; tragédia é bater em um dia frio. O que torna a dor maior nas
temperaturas menores é a contração dos músculos e dos vasos sanguíneos.
A intenção
do nosso corpo até que é das melhores: os músculos contraem-se
involuntariamente para se manterem aquecidos, e o sangue sai das articulações
em direção ao tronco para manter nossa temperatura constante. O problema, como
qualquer mindinho pode confirmar, é que uma pancada em uma articulação
contraída e sem sangue dói muito mais que uma normal. Uma hipótese é que, além
disso, o frio tornaria mais sensíveis os receptores livres, os terminais
nervosos que levam a sensação de dor para o cérebro.
Segundo a
psicologia evolutiva, a intenção é que doa mais mesmo. Parece contraintuitivo,
mas a teoria é a seguinte: como no frio a prioridade é se aquecer, não se
mexer, ao longo do tempo teriam sido selecionados os indivíduos que sentiam mais
dor e, consequentemente, se arriscavam menos às baixas temperaturas. Como diz o
sociobiólogo Robert Trivers, "a Mãe Natureza
prefere seus filhos mais comportados". http://super.abril.com.br/ciencia/sentimos-mais-dor-frio-605758.shtml
01. O
assunto principal do texto é:
A) A astúcia
da mãe natureza.
B) A
percepção da dor em dias frios.
C) A
teimosia dos seres humanos.
D) A diferença
entre fatalidade e tragédia.
02. De
acordo com o texto, é correto afirmar que sentimos
mais dor em
dias frios porque:
I. Nossos
músculos ficam contraídos para se manterem
aquecidos.
II. Ficamos
com menos sangue nas articulações.
III. Os
nervos que levam a sensação de dor ao nosso
cérebro
ficam menos irrigados de sangue.
A) Apenas I
e II estão corretos.
B) Apenas I
e III estão corretos.
C) Apenas II
e III estão corretos.
D) Todos
estão corretos.
03. Assinale
a opção em que se faz uma afirmação não-autorizada pelo contexto do texto:
A) As
pancadas doem mais em dias frios.
B) A dor
mais forte em dias frios serve para nos convencer a
nos arriscar
menos em baixas temperaturas.
C) A dor
maior em dias frios se deve ao fato de nosso corpo
priorizar a
manutenção da temperatura.
D) As
tragédias ocorrem sempre em dias frios.
04. De
acordo com o contexto do texto, podemos perceber que a relação que o autor faz
entre a mãe natureza e as nossas mães é uma relação de:
A)
Contraposição.
B) Causa e
conseqüência.
C) Analogia.
D)
Conclusão.
05. Assinale
a única alternativa em que não se faz uma paráfrase (reescrita do texto,
mantendo-se a ideia original) adequada da frase “Fatalidade é bater o pé no batente
da porta; tragédia é bater em um dia frio.” (l.1)
A)
Fatalidade é bater o pé no batente da porta, enquanto tragédia é bater em um
dia frio.
B)
Fatalidade é bater o pé no batente da porta, mas tragédia é bater em um dia
frio.
C)
Fatalidade é bater o pé no batente da porta e tragédia é bater em um dia frio.
D) Fatalidade
é bater o pé no batente da porta, portanto, tragédia é bater em um dia frio.
A) Que se
percebe facilmente.
B) Sem
sentido, ilógico.
C)
Contestável, difícil de entender.
D) Evidente,
incontestável.
Gabarito -1.b-2.a-3.c-4.c - 5.d-6.d
Efeito cascata
O
aquecimento global já é uma realidade da qual não se pode escapar. Se, de
repente, por um passe de mágica, o mundo deixasse de jogar gás carbônico e
outros gases do efeito estufa na atmosfera, ainda assim o clima ficaria mais
quente. A prova está mais evidente no Pólo Norte, mas também em outras regiões
do planeta, assoladas por inundações, furacões, secas e outros fenômenos
trágicos. Os efeitos se ampliam como se fossem cascata. A segunda parte do
relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), divulgada
também no ano passado, detalha isso.
O
derretimento do gelo polar, por exemplo, não é apenas uma curiosidade
paisagística. Tanto no Ártico como na Antártica, o fenômeno provoca o aumento
do nível do mar — uma das piores consequências do aquecimento global. Os
oceanos já subiram 17 centímetros no último século, provocando mais erosão e
ressacas em cidades litorâneas. Com meio metro de elevação, calculam cientistas
brasileiros, 100 metros de praia seriam consumidos no nordeste brasileiro.
Ilhas-nações do oceano Pacífico e países baixos como a Holanda ou regiões como
o delta do Ganges, em Bangladesh, seriam inundados.
Todo
mundo se lembra do furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans, nos Estados
Unidos, em 2005, e expôs o despreparo do país mais poderoso do planeta para
enfrentar a fúria dos ventos e do oceano. Dias depois, a costa
do Golfo do México se viu às voltas com outro furacão, chamado Rita, causador
de prejuízos bilionários, especialmente na indústria
petrolífera do litoral do Texas. No mesmo ano, uma
das piores secas se abateu sobre a bacia amazônica. Imagens familiares de rios
caudalosos foram substituídas por um deserto, semeado de peixes mortos e barcos
abandonados.
Os dois fenômenos tiveram a mesma origem: um aquecimento
anormal das águas do Atlântico. Mais calor na superfície do oceano significou
um aumento de vapor d’água na
atmosfera — ou mais combustível para furacões. As
águas aquecidas do Atlântico afetaram o regime dos ventos que sopram do Caribe
para a América do Sul e normalmente trazem umidade para a Amazônia. O resultado
foi a tragédia que se seguiu, debitada na conta das mudanças climáticas
resultantes do aquecimento global.
(Guia
do Estudante, p. 190, Ed. Abril, 2009)
1. - Qual
das situações abaixo melhor explica o sentido da expressão “efeito cascata”,
utilizada no texto?
a) A ampliação de fenômenos naturais trágicos em
várias regiões do planeta decorrentes do aquecimento global.
b) A emissão desmesurada de gás carbônico e outros
gases, causadores do efeito estufa na atmosfera.
c) O aquecimento anormal das águas do Atlântico,
fator que desencadeou o surgimento de furacões.
d) O derretimento do gelo polar, fenômeno que
provoca o aumento do nível do mar.
2. - Considerando as informações contidas no segundo parágrafo
do texto Efeito cascata, assinale a alternativa que completa corretamente o período abaixo.
Tanto no Ártico como na Antártica, o derretimento
do gelo polar
a) é uma das piores consequências do aquecimento
global.
b) oferece um belo espetáculo paisagístico, apesar
de ser um dos principais agentes do aquecimento global.
c) é mais um elo preocupante dentro de uma cadeia
de eventos que podem resultar em consequências ainda mais sérias.
d) pode provocar a elevação do nível do mar nas
praias do nordeste brasileiro em até cem metros.
3. - No
último parágrafo do texto, o autor faz uma referência a dois fenômenos que
tiveram a mesma origem: um aquecimento anormal das águas do Atlântico. São
eles:
a) a inundação das Ilhas-nações do oceano Pacífico
e países baixos, como a Holanda, e o deserto semeado de peixes mortos e barcos
abandonados na bacia amazônica.
b) o furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans, e o
furacão Rita, que causou prejuízos bilionários, especialmente na indústria
petrolífera do litoral do Texas.
c) a erosão e as ressacas em cidades litorâneas,
provocadas pelo aumento do volume de água nos oceanos.
d) a seca que se abateu na Amazônia e o
derretimento do gelo polar no Ártico e na Antártica.
4. -
Assinale a alternativa em que, de acordo com o texto, o primeiro elemento não é causa
do segundo.
a) derretimento do gelo polar — aumento do nível do
mar
b) aquecimento anormal das águas do Atlântico —
furacões
c) elevação dos oceanos — erosão e ressacas em
cidades litorâneas
d) aquecimento global — emissão de gás carbônico e
outros gases na atmosfera
Gabarito -1.a-2.c-3.b4.d
O
aquecimento global já é uma realidade da qual não se pode escapar. Se, de
repente, por um passe de mágica, o mundo deixasse de jogar gás carbônico e
outros gases do efeito estufa na atmosfera, ainda assim o clima ficaria mais
quente. A prova está mais evidente no Pólo Norte, mas também em outras regiões
do planeta, assoladas por inundações, furacões, secas e outros fenômenos
trágicos. Os efeitos se ampliam como se fossem cascata. A segunda parte do
relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), divulgada
também no ano passado, detalha isso.
O
derretimento do gelo polar, por exemplo, não é apenas uma curiosidade
paisagística. Tanto no Ártico como na Antártica, o fenômeno provoca o aumento
do nível do mar — uma das piores consequências do aquecimento global. Os
oceanos já subiram 17 centímetros no último século, provocando mais erosão e
ressacas em cidades litorâneas. Com meio metro de elevação, calculam cientistas
brasileiros, 100 metros de praia seriam consumidos no nordeste brasileiro.
Ilhas-nações do oceano Pacífico e países baixos como a Holanda ou regiões como
o delta do Ganges, em Bangladesh, seriam inundados.
Todo
mundo se lembra do furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans, nos Estados
Unidos, em 2005, e expôs o despreparo do país mais poderoso do planeta para
enfrentar a fúria dos ventos e do oceano. Dias depois, a costa
do Golfo do México se viu às voltas com outro furacão, chamado Rita, causador
de prejuízos bilionários, especialmente na indústria
petrolífera do litoral do Texas. No mesmo ano, uma
das piores secas se abateu sobre a bacia amazônica. Imagens familiares de rios
caudalosos foram substituídas por um deserto, semeado de peixes mortos e barcos
abandonados.
Os dois fenômenos tiveram a mesma origem: um aquecimento
anormal das águas do Atlântico. Mais calor na superfície do oceano significou
um aumento de vapor d’água na
atmosfera — ou mais combustível para furacões. As
águas aquecidas do Atlântico afetaram o regime dos ventos que sopram do Caribe
para a América do Sul e normalmente trazem umidade para a Amazônia. O resultado
foi a tragédia que se seguiu, debitada na conta das mudanças climáticas
resultantes do aquecimento global.
(Guia
do Estudante, p. 190, Ed. Abril, 2009)
1. - Qual
das situações abaixo melhor explica o sentido da expressão “efeito cascata”,
utilizada no texto?
a) A ampliação de fenômenos naturais trágicos em
várias regiões do planeta decorrentes do aquecimento global.
b) A emissão desmesurada de gás carbônico e outros
gases, causadores do efeito estufa na atmosfera.
c) O aquecimento anormal das águas do Atlântico,
fator que desencadeou o surgimento de furacões.
d) O derretimento do gelo polar, fenômeno que
provoca o aumento do nível do mar.
2. - Considerando as informações contidas no segundo parágrafo
do texto Efeito cascata, assinale a alternativa que completa corretamente o período abaixo.
Tanto no Ártico como na Antártica, o derretimento
do gelo polar
a) é uma das piores consequências do aquecimento
global.
b) oferece um belo espetáculo paisagístico, apesar
de ser um dos principais agentes do aquecimento global.
c) é mais um elo preocupante dentro de uma cadeia
de eventos que podem resultar em consequências ainda mais sérias.
d) pode provocar a elevação do nível do mar nas
praias do nordeste brasileiro em até cem metros.
3. - No
último parágrafo do texto, o autor faz uma referência a dois fenômenos que
tiveram a mesma origem: um aquecimento anormal das águas do Atlântico. São
eles:
a) a inundação das Ilhas-nações do oceano Pacífico
e países baixos, como a Holanda, e o deserto semeado de peixes mortos e barcos
abandonados na bacia amazônica.
b) o furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans, e o
furacão Rita, que causou prejuízos bilionários, especialmente na indústria
petrolífera do litoral do Texas.
c) a erosão e as ressacas em cidades litorâneas,
provocadas pelo aumento do volume de água nos oceanos.
d) a seca que se abateu na Amazônia e o
derretimento do gelo polar no Ártico e na Antártica.
4. -
Assinale a alternativa em que, de acordo com o texto, o primeiro elemento não é causa
do segundo.
a) derretimento do gelo polar — aumento do nível do
mar
b) aquecimento anormal das águas do Atlântico —
furacões
c) elevação dos oceanos — erosão e ressacas em
cidades litorâneas
d) aquecimento global — emissão de gás carbônico e
outros gases na atmosfera
Gabarito -1.a-2.c-3.b4.d
A seda verde da China
A história da seda e dos bichos que a
produzem está repleta de surpresas. A última delas aconteceu há pouco mais de
uma década num território situado no noroeste da China, a Manchúria. Ali, junto
às margens de um lago, foi encontrada uma nova espécie de bicho-da-seda que
apresenta a notável característica de tecer seu casulo com fios de coloração
esverdeada. O fio verde, que a princípio pareceu representar uma desvantagem
frente ao exigente
mercado
da seda, acabou se revelando uma grande qualidade daquelas lagartas chinesas.
Além de sua resistência superior à do fio tradicional, a seda verde conquistou
de saída um lugar de destaque por enriquecer a indústria com novas
possibilidades de combinações de fios em tecidos decorados.
Considerando a milenar história do cultivo
da seda, a descoberta da nova espécie de lagarta tecedora ainda pode ser
considerada recente. E, possivelmente, o comércio da seda verde ainda não
atingiu a expressão que poderá conquistar no futuro. Na América do Sul, dentro
de uma extensa região que compreende o noroeste da Amazônia, vivem algumas
espécies de bichos-da-seda em estado selvagem. Talvez em breve tenhamos a
surpresa de vê-los incluídos entre os mais cobiçados produtores de fios de seda do
planeta.
Revista
Super Interessante – 09/1989
1.
O assunto principal do texto 01 é:
a)
A história da seda.
b)
A qualidade superior da seda verde.
c)
A descoberta de uma nova espécie de bicho-da-seda.
d)
A importância do mercado sul-americano para a seda.
2.
As seguintes afirmações encontram embasamento
no
texto 1, EXCETO:
a)
A mais nova surpresa da história da seda é uma nova espécie que produz fios de
coloração esverdeada.
b)
Os fios esverdeados produzidos pela nova espécie de bicho-da-seda são mais
resistentes
que
os tradicionais.
c)
Os fios verdes, da nova espécie de bicho-da-seda descoberta na China, foram
considerados, desde o início, uma grande descoberta para o mercado da seda.
d)
O comércio da seda verde tende a crescer mais nos próximos anos.
3.
Ainda a partir da leitura do texto 01, é correto afirmar que:
a)
O bicho-da-seda que produz fios esverdeados também é encontrado na Amazônia.
b)
A América do Sul é o principal produtor mundial de fios de seda verdes.
c)
Os bichos-da-seda só são encontrados, em estado selvagem, no noroeste da
Amazônia.
d)
Nenhuma das anteriores.
4.
São vantagens da nova espécie de bicho-da-seda descoberta na Manchúria, citadas
no texto 01, todas
as
abaixo, EXCETO:
a)
Produzir fios de coloração verde.
b)
Produzir fios mais resistentes que os tradicionais.
c)
Enriquecer a indústria com novas possibilidades
de
combinações de fios em tecidos decorativos.
d)
Ser facilmente encontrado na China, maior
produtor
mundial de seda.
se
refere aos:
a)
Chineses.
b)
Sul-americanos.
c)
Bichos-da-seda em estado selvagem.
d)
Produtores brasileiros.
Gabarito 1.c-2.c-3.d-4.d-5.c
Sobre os perigos da leitura
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
Sobre os perigos da leitura
Leia o texto para responder às próximas 3 questões.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP)
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
01 - De acordo com o texto, os candidatos
(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.
02 - O autor entende que os candidatos deveriam
(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.
03 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.
Gabarito: 1.b -2.a-3.e
Estará o Google nos tornando estúpidos?
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o
polêmico artigo "Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto
ganhou a capa da revista e, desde sua publicação,encontra-se entre os mais
lidos de seu website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the
internet is doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que
dosa linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação
científica. Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo.
As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos científicos.
Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos
deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de
estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a internet
está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do que
entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a sentimentos
como compaixão e piedade.
O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes
estímulos, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos
e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto,
esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar nossa memória de
longa duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados. Carr menciona a
dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora
experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em
estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o autor,
quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que promove uma leitura
apressada, rasa e distraída, e um aprendizado superficial."
A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação
do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga gigantesca
de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E não
se trata apenas de pequenas alterações, mas de mudanças substanciais físicas e
funcionais. Essa dispersão da atenção vem à custa da capacidade de concentração
e de reflexão.
(Thomaz Wood Jr.
Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72,
com adaptações)
1. O assunto do
texto está corretamente resumido em:
(A) O uso da
internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros especialistas, a
exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as conexões entre raciocínio lógico
e estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro.
(B) O mundo
virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de diversas
capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa navegação, ainda
pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
(C) Segundo
Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações no funcionamento
do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraídas, comprometendo a
formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a
internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percepção e de
domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de textos, que
permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do usuário.
(E) O novo
livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade do leitor pelo
tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concretas do funcionamento
do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da internet.
2. Curiosamente, no caso da internet, os
verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes.
O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) se vale da
enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado, ironicamente oferecida
pela própria internet, em seu website.
(B) apoia-se
nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(C) condena,
desde o início, as novas tecnologias, cujo
uso indiscriminado vem provocando
danos em partes do cérebro.
(D) considera,
como base inicial de constatação a respeito do uso da internet, que ela nos
torna menos sensíveis a sentimentos
como compaixão e piedade.
(E) questiona a
ausência de fundamentos científicos que,
no caso da internet, [...] deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes.
3. Em relação à
estrutura textual, está correta a afirmativa:
(A) Os quatro
parágrafos do texto são independentes, tendo em vista que cada um deles trata,
isoladamente, de uma situação diferente sobre a internet.
(B) O 1o
parágrafo, especialmente, está isolado dos demais, por conter uma informação,
dispensável no contexto, a respeito das publicações de um especialista.
(C)
Identifica-se uma incoerência no desenvolvimento do texto, comprometendo a
afirmativa de que as novas tecnologias provocam incerteza e medo, embora os sites
sejam os mais lidos.
(D) No 3o parágrafo
há comprometimento da clareza quanto aos reais prejuízos causados ao
funcionamento do cérebro pelo uso intensivo da internet.
(E) A sequência
de parágrafos é feita com coerência, por haver progressão articulada do assunto
que vem sendo desenvolvido.
4. O segmento
inteiramente denotativo é:
(A) O autor nos brinda agora com The
Shallows: What the internet is doing with our brains, (...) que dosa linguagem
fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação cientifica.
(B) Carr mergulha em dezenas de estudos
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(C) ... esse ganho se dá à custa de alimentar
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados.
(D) Conclui que a internet está provocando danos
em partes do cérebro ...
(E) Saltamos textos e imagens, traçando um
caminho errático pelas páginas eletrônicas.
5. Essa dispersão da atenção vem à custa da
capacidade de
concentração e de reflexão. (final do texto) O segmento grifado
estabelece na frase relação de ......, e pode ser substituído, sem alteração do
sentido original,
por ....... As
lacunas acima estarão corretamente preenchidas por:
(A) causa
imediata −devido à perda da capacidade de concentração e de reflexão.
(B)
consequência inesperada −perdendo-se a capacidade de concentração e de atenção.
(C) explicação
redundante −pois há a perda da capacidade de concentração e de atenção.
(D) ressalva
indispensável −embora se perca a capacidade de concentração e de atenção.
(E) finalidade
tardia −para que haja a perda da capacidade de concentração e de atenção.
Gabarito 1.c- 2.b- 3.e- 4.d-5.b
O resistente camelo
Há imensos desertos de areia na Arábia e na África.
O clima ali é quente e seco. Existem longas extensões no deserto em que não há água.
As pessoas não poderiam ir muito longe nele se não
tivessem ajuda. Mas elas têm a ajuda do camelo. O camelo pode transportar uma
pessoa, além de um fardo pesado. E ele não se importa de viver no deserto. Isso
porque tem muitas vantagens que outros animais não têm.
Às vezes, o vento sopra no deserto e a areia acaba
entrando em tudo: por exemplo, nos olhos, ouvidos e nariz das pessoas. Mas não nos
do camelo. Ele tem longos cílios que impedem a areia de entrar em seus olhos. Não entra
nos ouvidos, porque ele possui pelo protegendo as orelhas. E tem a capacidade de fechar
as narinas para que a areia não entre. A boca do camelo não é tão delicada quanto a dos
outro animais. Ele é capaz de comer as plantas espinhosas do deserto sem machucá-la. As patas do camelo são grandes e chatas e não
afundam na areia macia. Ele consegue andar trinta milhas num dia e passar vários dias sem
comer nem beber.
Mas é claro que, como todo mundo, ele também precisa
de comida e água para viver. Só que não tão frequentemente quanto os outros
animais. Quando tem comida, ele come muito. E guarda em sua corcunda. Quando tem água,
também bebe um bocado. E conserva-a em outras partes do corpo. Depois vai usando a
comida e a bebida à medida que vai necessitando.
O camelo não é um animal amigável nem se importa com os seres humanos. Mas, para os povos do deserto, é um animal extremamente importante.
Leonora e Arthur Hornblow
01. De acordo com o texto, o camelo tem algumas
vantagens em relação aos outros animais que vivem no deserto. Assinale a única
alternativa INCORRETA, sobre essas vantagens.
A.
Seus olhos e orelhas são protegidos por cílios e pelos que impedem a areia de
entrar.
B.
Suas narinas também são protegidas da areia por pelos muitos grossos.
C. A
boca do camelo é tão resistente que ele é capaz de comer plantas espinhosas sem
se machucar.
D.
Graças ao tamanho e ao formato de suas patas, o camelo não afunda na areia
macia.
E. O
camelo é capaz de passar vários meses sem comer nem beber.
02. Por que o camelo não precisa de água nem de
alimento com a mesma frequência que os outros animais?
A. O
camelo é um animal resistente e acostumado com a vida difícil nos desertos e
areia, portanto pode passar meses sem beber água e nada acontece a ele.
B. A
boca do camelo, que não é delicada, possui um reservatório onde ele armazena
água e alimento
por vários dias.
C.
Diferentemente dos outros animais do deserto o camelo não precisa beber muita água,
pois o seu organismo possui uma substância que libera um líquido necessário para
sua sobrevivência.
D. O
camelo guarda o que come e a água que bebe em sua corcunda e em outras partes do corpo,
depois vai usando à medida que vai necessitando.
E. O
camelo consegue andar trinta milhas num dia e passar vários dias sem comer nem beber
porque recebeu treinamento para resistir a fome e a sede.
03. De acordo com o texto o que significa: “O camelo
não é um animal amigável e nem se importa com os seres humanos”?
A.
Apesar de dócil e domesticado, o camelo prefere a companhia de outros animais
que vivem
no deserto.
B.
Significa que o camelo não é um animal que se relaciona com os seres humanos, ele
não dá
atenção para humanos.
C.
Porque a função do camelo é somente de transportar pessoas pelo deserto.
D. O
camelo, apesar de viver no deserto, só se adapta com as pessoas que vivem na
mesma região.
E. A
vida do camelo junto aos humanos é triste e cansativa, pois é muito grande a exploração e os maus tratos.
04. Na
frase: “O camelo pode transportar uma
pessoa, além de um fardo pesado”, a palavra sublinhada significa:
A. o imenso peso que um camelo suporta
B. a facilidade que o camelo tem de viver no
deserto
C. a docilidade do camelo em relação ao cavalo
D. as dificuldades de se viver no deserto
Gabarito 1.e- 2.d- 3.b-
4.a
O MOTOBOY E OS FOGOS DE ARTIFÍCIO
Quinta-feira, 20h30, o
céu já escuro sobre a cidade. Parei num posto de gasolina para abastecer meu
carro. Um motoboy estacionou bem perto de mim, fez uma entrega na loja de
conveniência do posto e voltou apressado para a sua moto. Mas antes de chegar
até ela, olhou pro céu e viu. Havia fogos de artifício que espocavam de trás de
alguns prédios, fogos de artifício coloridos que vinham não se sabia de onde.
Eram ralinhos, humildes, e poucos: a comemoração não haveria de ser
significativa.
Adicionar legenda |
Mas o motoboy parecia que estava vendo a Torre Eiffel iluminada
pela primeira vez.
Uma quinta-feira que
não era Natal, Ano-Novo, dia de final de campeonato. Alguém estaria comemorando
o nascimento de um filho? Pouco provável, não se comemora a chegada de um bebê
com barulho. Talvez algum estudante estivesse comemorando uma nota salvadora no
boletim. (...)
O fato é que razão era
o que menos importava naquela hora. O motoboy não conseguia desgrudar os olhos
do céu e eu não conseguia desgrudar os meus dele, porque é uma raridade a gente
se deparar com alguém emocionado, ainda mais numa quinta-feira, ainda mais no
final de um dia cansativo, ainda mais num posto de gasolina, ainda mais por um
motivo que a gente não consegue adivinhar.
Nossas cabeças estão
sempre olhando pra baixo, para os próprios passos, para o caminho a percorrer.
Fogos de artifício nos retêm. Erguem nossas cabeças, iluminam o que é escuro,
capturam a gente de uma realidade burocrática, repetitiva, sem festa. Fogos de
artifício são sinalizadores, há alguém feliz bem próximo, e está repartindo
esse estado de espírito com você, que não viveu nada de extraordinário hoje,
que estava louco pra chegar em casa, tirar a roupa suada, tomar um banho e ver
um pouco de televisão.
Não era a chegada do
Papai Noel, não era inauguração de loja, não era show dos Rolling Stones, não
era nem mesmo atraente, umas faíscas vermelhas e verdes que eram quase como
sinais de trânsito que tivessem sofrido um curto-circuito, mas eram fogos de
artifício e o motoboy não conseguiu se mexer, ficou estático e emocionado,
olhando-os como se estivesse vendo a Ana Hickman nua ou o lançamento de um
foguete: vidrado, encantado, hipnotizado – como a gente deveria às vezes ficar
diante do inusitado.
(MEDEIROS,
Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L&PM, 2006.)
01 – O texto foi escrito para:
(A) destacar as
vantagens de abastecer num posto de gasolina oficial;
(B) vender fogos de
artifício numa época de poucas alegrias;
(C) refletir sobre a
vida a partir um acontecimento aparentemente banal;
(D) descobrir por que
as pessoas soltam fogos de artifícios numa quinta-feira;
(E) criticar a atitude
imprudente de quem solta fogos perto de um posto de gasolina.
02 – Considere as afirmações:
I - A autora defende
que apenas motoboys, por serem apressados, devem parar e apreciar um espetáculo
no meio da semana.
II - Qualquer espocar
de fogos de artifício tem valor, pois lembra que a felicidade está por perto e
que faz parte do dia-a-dia.
III - Segundo a
autora, aqueles fogos de artifício e o lançamento de um foguete têm poder de
provocar o mesmo tipo de encantamento.
Assinale a alternativa
correta:
(A) apenas a
afirmativa I está correta;
(B) apenas as
afirmativas I e II estão corretas;
(C) apenas as
afirmativas II e III estão corretas;
(D) nenhuma das
afirmativas está correta;
(E) todas as
afirmativas estão corretas.
03 – Sobre o texto, é INCORRETO dizer que:
(A) o título é
coerente com o fato narrado;
(B) o 1º parágrafo
informa tempo e lugar;
(C) o 2º parágrafo
apresenta especulações;
(D) a história se
passa numa grande cidade;
(E) o narrador não
participa da história.
04 – Na construção do texto, o significado da palavra escuro (L.01)
se confirma em:
(A) realidade
burocrática (L.30);
(B) Torre Eiffel
iluminada (L.11);
(C) dia de final de
campeonato (L.12/13);
(D) sinalizadores (L.31);
(E) curto-circuito (L.40).
Gabarito
1.c-2.c-3.e-4.b
INTERPRETAÇÃO DE TIRINHAS
Leia a tirinha da Turma da Mônica para responder às questões 1 e 2
1. Na sequência dos quadrinhos, o personagem Cebolinha, por intermédio de
expressões faciais, comunica ao leitor reações de
expressões faciais, comunica ao leitor reações de
(A) sossego e felicidade.
(B) alegria e espanto.
(C) raiva e tranqüilidade.
(D) indiferença e irritação.
(E) susto e alívio.
2. . O texto de Maurício de Sousa é surpreendente porque
(A) o autor introduz, no segundo quadrinho, personagens diferentes
daqueles do primeiro quadrinho.
daqueles do primeiro quadrinho.
(B) Mônica, a brava, está acariciando o amigo Cascão.
(C) Cebolinha estava tão distante da cena que tinha visto, apenas, vultos.
(D) o leitor parece testemunhar, com Cebolinha, o assassinato de Cascão.
(E) o segundo quadrinho é independente do primeiro,
não formando uma sequência.
não formando uma sequência.
Gabarito 1.e- 2.d
1. Sobre o texto II, é CORRETO afirmar:
a) Apesar de tratar-se de um texto essencialmente extra-verbal, sendo a comunicação verbal entre as personagens
irrelevante para o entendimento da tirinha.
b) O humor do texto está na descrições das cenas.
c) O último quadrinho mostra criticidade da personagem diante do que vê, apesar de sua inocência.
d) Trata-se de um texto argumentativo do gênero tirinha.
e)n.d.a.
2. A indignação da garotinha deve-se ao fato de:
a) Ela não acreditar na veracidade da história da novela.
b) Ela não gostar de pulôveres.
c) Ela acreditar que, ao fazer tricô, sua mãe poderia construir um bebê.
d) Ela não acreditar que a personagem da novela construirá um bebê fazendo tricô.
e) todas as alternativas estão corretas
3. A fala do último quadrinho apresenta a seguinte frase: “Minha
mãe se mata fazendo tricô e só
consegue fazer pulôveres!” A conjunção “e”, que une as orações, apresenta uma ideia de:
a) Contradição b) Adição c) Negação d) Explicação
4. O terceiro quadrinho apresenta falas da personagem da televisão. Sobre esse quadrinho, é CORRETO afirmar:
a) A cena implícita seria perfeitamente visual ainda que não tivesse tido os outros dois quadrinhos anteriores.
b) A repetição dos vocativos só mostra o quanto o personagem da tv estava descontrolado.
c) A contundência de sinais de pontuação indica uma fala carregada de alegria e afetuosidade.
d) O locutor da fala da tv descobre que terá um bebê apenas porque sua interlocutora está fazendo tricô.
a) Apesar de tratar-se de um texto essencialmente extra-verbal, sendo a comunicação verbal entre as personagens
irrelevante para o entendimento da tirinha.
b) O humor do texto está na descrições das cenas.
c) O último quadrinho mostra criticidade da personagem diante do que vê, apesar de sua inocência.
d) Trata-se de um texto argumentativo do gênero tirinha.
e)n.d.a.
b) Ela não gostar de pulôveres.
c) Ela acreditar que, ao fazer tricô, sua mãe poderia construir um bebê.
d) Ela não acreditar que a personagem da novela construirá um bebê fazendo tricô.
e) todas as alternativas estão corretas
4. O terceiro quadrinho apresenta falas da personagem da televisão. Sobre esse quadrinho, é CORRETO afirmar:
a) A cena implícita seria perfeitamente visual ainda que não tivesse tido os outros dois quadrinhos anteriores.
b) A repetição dos vocativos só mostra o quanto o personagem da tv estava descontrolado.
c) A contundência de sinais de pontuação indica uma fala carregada de alegria e afetuosidade.
d) O locutor da fala da tv descobre que terá um bebê apenas porque sua interlocutora está fazendo tricô.
Gabarito 1.c- 2.c-3.a-4.c
Interpretação de texto literário, letra de música
AO QUE VAI CHEGAR
(Toquinho)
Voa,
coração
A
minha força te conduz
Que
o sol de um novo amor em breve vai brilhar
Vara
escuridão,
Vai
onde a noite esconde a luz
Clareia
seu caminho e ascende seu olhar
Vai
onde a aurora mora
E
acorda um lindo dia
Colhe
a mais bela flor
Que
alguém já viu nascer
E
não esqueça de trazer força e magia,
O
sonho e a fantasia
E
a alegria de viver
Voa,
coração
Que
ele não deve demorar
E
tanta coisa a mais quero lhe oferecer
O
brilho da paixão
Pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto a fé
Num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante
e crescente
E de onde se planta a paz,
Da paz quero a raiz
E uma casinha lá
Onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente
Simplesmente ser feliz
Fonte: Encarte do CD Toquinho,
trinta anos de música
Escute>>> Ao que vai chegar - Toquinho
1. Sobre o texto III, é CORRETO afirmar:
a) A relação entre título e poema é coerente, pois
sabe-se que alguém especial chegará, portanto serão necessários presentes que o
eu-lírico pede ao coração para trazer.
b) Há um diálogo indireto livre entre o eu-lírico e o
coração, que, no poema, surge como personagem central.
c) Os presentes que serão ofertados ao que vai chegar
prenunciam que este novo ser terá uma vida difícil, mas ventrosa.
d) É possível perceber que o eu-lírico deseja o melhor
ao que vai chegar, mas não pretende estabelecer vínculos com ele.
2. Em algumas fontes, a letra deste poema sofre
alteração ortográfica no verso 06, com a substituição da palavra ascende por acende.
Sobre essa alteração, é CORRETO afirmar:
a) As versões não alteram o significado do poema,
visto que a pronúncia de “ascende” e de “acende” é a mesma.
b) As versões não alteram o significado do poema,
apenas mostram realidades lingüísticas de grupos sociais diferentes, mas
respeitáveis ambos.
c) As versões alteram o significado do poema, visto
que a regência nominal também mudaria.
d) As versões alteram o significado do poema, visto
que cada uma dessas palavras possui seu próprio significado, mas ambas as
versões são possíveis.
3. Em “Colhe a mais bela flor” (v.09), a
palavra “mais” apresenta o mesmo sentido que em:
a) Desejou o mais forte que podia, até que tudo
aconteceu.
b) Queria sempre mais do que lhe caía nas mãos.
c) Mais que esperança, tinha fé no futuro.
d) Por mais que os enfrentasse, seus medos não o
deixavam em paz
Gabarito 1.a-2.d-3.a
Texto sobre a Amazônia
Um dos resultados da política de derrubada da floresta para a formação de pastagens foi a criação de imensas propriedades rurais com baixa produtividade e geração de poucos empregos. De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, as propriedades com área maior do que 2.000 hectares, na Amazônia, correspondem a apenas 1,6% do número total de estabelecimentos rurais da região, mas abrangem 56% da área total ocupada. É uma concentração de terra anacrônica, que vai contra tudo o que já se aprendeu sobre o valor social da terra e a necessidade de aproveitar racionalmente os recursos naturais.
A pequena propriedade, se bem administrada, dá mais lucro e gera muito mais empregos. Um estudo feito por agrônomos da USP mostrou, por exemplo, que o extrativismo da castanha numa pequena área na região de Xapuri, no Acre, gerou remuneração de até 48 reais por dia para os trabalhadores, muito superior aos 6 reais por dia obtidos com a produção de arroz, milho e feijão nas áreas desmatadas. E isso sem derrubar uma só árvore da floresta. Mais uma prova de que a floresta vale muito mais em pé do que derrubada e queimada.
O conhecimento dos pontos fracos e da potencialidade da floresta é, certamente, a única maneira de explorá-la sem destruí-la. Isso fica claro quando se analisa o potencial da biodiversidade da floresta. Estima-se que a Amazônia esconda 10.000 substâncias que no futuro terão grande valor para as indústrias química e farmacêutica. Segundo dados da Empresa Brasileira de Biotecnologia, bastaria o Brasil assegurar a propriedade de 100 patentes para ganhar até um bilhão de dólares por ano com a comercialização de produtos.
Além disso, ninguém mais defende que toda presença do homem branco precisa ser eliminada da floresta, como se chegou a afirmar no passado. Mesmo a idéia de criar bolsões de floresta cercados a cadeado desapareceu, evoluindo para o conceito de corredores ecológicos, com diversos graus de presença humana, de acordo com as características do lugar. A nova visão abriu várias linhas de pesquisa sobre como explorar a floresta com a presença do homem civilizado. E uma opção mais evidente é a do ecoturismo, que cresce no mundo todo. Só na Amazônia, o ecoturismo poderia render 13 bilhões de dólares por ano se a floresta tiver a infra-estrutura necessária. Os chamados "hotéis de selva", que hoje estão concentrados principalmente às margens do rio Negro, nas proximidades de Manaus, atraem cada vez mais turistas estrangeiros e são a maior prova de que o turismo pode ajudar o desenvolvimento da floresta de forma sustentável. Mais uma vez, fica provado que a floresta em pé vale muito mais do que no chão.
(Adaptado de Superinteressante, especial Ecologia, dezembro de 2001, p. 56-59)
1. Conclui-se do texto que o futuro da Amazônia deverá
(A) encontrar-se na exploração, até mesmo por laboratórios internacionais, de seus recursos naturais.
(B) estar na realidade comercial de seus produtos, extremamente valorizados nos outros países, especialmente os europeus.
(C)) basear-se na enorme possibilidade de aproveitamento de seus recursos, tendo em vista sua biodiversidade.
(D) situar-se num grande número de propriedades rurais de criação de gado, pois o cultivo de grãos é pouco produtivo.
(E) respeitar a necessidade de ocupação de sua vasta área, por populações originárias de outras regiões, com atividades diferenciadas.
2. A ideia em torno da qual se desenvolve o texto é:
(A)) A floresta vale mais em pé do que derrubada e queimada.
(B) A comercialização de produtos da floresta rende divisas para o Brasil.
(C) O homem branco precisa conquistar plenamente a Amazônia.
(D) Comunidades indígenas deveriam tornar-se as legítimas proprietárias da Amazônia.
(E) O turismo é a única possibilidade de obtenção de rendimentos na região.
3. É uma concentração de terra anacrônica, que vai contra tudo o que já se aprendeu... (final do 1o parágrafo) A opinião acima baseia-se
(A) no pequeno lucro oferecido aos proprietários dos rebanhos, em consequência da dificuldade em manter as áreas de pastagens.
(B) no fato de que o extrativismo de sementes das árvores da floresta rende bem mais aos moradores do que o cultivo de produtos agrícolas.
(C) na noção de que manter a floresta intocada é o melhor para a região, apesar dos evidentes prejuízos econômicos resultantes desse fato.
(D)) no baixo aproveitamento das áreas desmatadas da floresta, com o fim dos recursos naturais e pequeno número de empregos gerados.
(E) no reduzido número de habitantes envolvidos em alguma atividade econômica, em relação à enorme extensão geográfica da região.
4. É correto afirmar que, considerando-se o contexto, corredores ecológicos são
(A) pedaços equivalentes aos antigos bolsões intocados da floresta.
(B)) trechos com presença humana controlada, em defesa do ecossistema.
(C) locais sem qualquer interferência ou presença humana.
(D) regiões destinadas apenas ao ecoturismo internacional.
(E) locais devidamente preparados para atender ao turismo interno.
03 14:46
5. E isso sem derrubar uma só árvore da floresta. (7a e 8ª linhas do 2o parágrafo)
O pronome grifado acima refere-se, no texto,
(A) ao aumento das áreas desmatadas.
(B) ao maior número de empregos.
(C) à existência de pequenas propriedades.
(D) ao desenvolvimento de estudos na região.
(E)) à maior remuneração dos trabalhadores.
Gabarito 1.c- 2.a-3.d-4.b-5.e
Para Maria da Graça
Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca.
(...)
Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. “Quem sou eu no mundo?” Essa indagação perplexa é o lugar-comum de cada história da gente. (...)
A sozinhez ( Esquece essa palavra que inventei agora sem querer ) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: “Estou tão cansada de estar aqui sozinha!” O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. (...)
Somos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.(...)
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: “Oh, I beg your pardon!” Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou a Alice: “Gostarias de gatos se fosses eu?”.
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namoradas, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! Mas quem ganhou?”
É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe com a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.
(...)
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: “Devo estar diminuindo de novo”. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta esta parábola perfeita; Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo (...). O camundongo que expulsamos ontem passou a ser um terrível rinoceronte. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. (...)
Por fim: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. (...) Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: é feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
(Paulo Mendes Campos)
01. A partir do oferecimento do livro “Alice no País das Maravilhas” a Maria da Graça , menina que acaba de completar quinze anos, o narrador cita passagens da obra e infere possíveis interpretações. É possível afirmar corretamente sobre a seguinte passagem: “o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte”
a) as palavras estão empregadas em seu sentido literal, significando que temos a capacidade de enfrentar os problemas na proporção em que se apresentam.
b) o autor faz uso do sentido denotativo das palavras, passando a idéia de que algumas vezes não sabemos discernir os grandes dos pequenos problemas.
c) a conotação está presente, e, uma possível interpretação é a de que nem sempre mensuramos corretamente os nossos problemas.
d) no sentido figurado, o trecho significa que, no mundo animal, nem sempre o mais forte vence.
e) o uso do sentido conotativo justifica-se pelo caráter informativo do texto.
02. A linguagem desempenha determinadas funções de acordo com a intenção do emissor. Do segundo ao quinto parágrafo, o narrador usa uma linguagem cheia de imperativos e vocativos. A função da linguagem predominante neste caso é:
a) emotiva
b) informativa
c) apelativa
d) poética
e) metalingüística
03. Ao empregar a palavra “sozinhez” destacada no texto, o autor faz uso de um(a) :
a) arcaísmo
b) neologismo
c) polissemia
d) antítese
e) polissíndeto
04. A idéia contida na passagem destacada: “Pois viver é falar de corda em casa de enforcado”, também está contida em qual das alternativas?
a) pagar com a mesma moeda
b) colocar o dedo na ferida
c) pular de galho em galho
d) colher o que planta
e) entrar na chuva para se molhar
05. Considere as afirmativas:
I - Na passagem “prepara-te para a visita do monstro”, a palavra “monstro” refere-se a milagres.
II - No trecho “Os homens vivem apostando corrida” está no sentido figurado.
III - No último parágrafo, o termo “Maria da Graça”, é um vocativo.
Marcar a opção CORRETA:
a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) Apenas II
d) Apenas II e III
e) Apenas III
Gabarito:1.c-2.c-3.b-4.b-5.d
A mulher do vizinho
(...)
e) Apenas III
Gabarito:1.c-2.c-3.b-4.b-5.d
Contaram-me que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O delegado resolveu passar uma chamada no
homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
O sueco era tímido, meio descuidado no
vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande
fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem
recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o
que o delegado tinha
a dizer-lhe.
O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
− O senhor
pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que
quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe
que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada
EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é
ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso
aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura
lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram
incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o
senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para
trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com
delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
− Era tudo que o senhor tinha a
dizer a meu marido?
O delegado
apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
− Pois então fique sabendo que
eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus
filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general, ele que viesse falar
comigo, pois o senhor também está nos incomodando.
E fique
sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um
coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
Estarrecido, o delegado só teve forças para
engolir em seco e balbuciar humildemente:
− Da ativa, minha senhora?
E ante a
confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
− Da ativa, Motinha! Sai dessa...
(Fernando Sabino. A mulher do
vizinho. Rio de Janeiro: Record, 1991).
1. A temática principal do conto é
(A) a relação conturbada entre
estrangeiros ilegais e as autoridades constituídas.
(B) o funcionamento das patentes
militares do exército brasileiro.
(C) a falta de educação das crianças da
época.
(D) o abuso de poder, de maneira a
reafirmar as autoridades constituídas.
(E) o rígido cumprimento das leis por
parte dos cidadãos.
_________________________________________________________
2. No texto,
(A) o julgamento apressado do delegado
deveu-se, entre outras razões, à aparência humilde do sueco.
(B) a reação do delegado é adequada ao
prejuízo material causado pelo jogo de bola das crianças.
(C) o delegado muda seu julgamento ao
perceber a polidez demonstrada pelas atitudes do sueco.
(D) o autor desenvolve uma crítica à
educação contemporânea, pautada no comportamento das crianças.
(E) a mulher esclarece que o general
mencionado no 1º parágrafo é seu pai,
com a mesma delicadeza de seu marido.
_________________________________________________________
3. Depreende-se corretamente do texto
que o delegado
(A) torna-se acanhado diante da filha
de um general, embora se mostrasse prepotente de início.
(B) encontra na figura do escrivão seu
último recurso para resolver o problema.
(C) espera com sarcasmo pela
intervenção da esposa do sueco.
(D) não se importa com diferenças
hierárquicas por seu caráter constante.
(E) usa a expressão latina “dura lex!” a fim de demonstrar
sua imparcialidade.
1.d – 2.a-3-a
− O senhor
pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que
quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe
que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada
EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é
ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso
aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura
lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram
incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o
senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
O homem energético
Imagine uma cidade antiga, sem energia elétrica. Vamos passear por ela, à noite. As ruas completamente escuras. Com um pouco de sorte, poderá haver um luar agradável, permitindo enxergar o contorno das casas e a torre da igreja.
Na sala de uma casa qualquer, após o jantar,
um grande lampião de gasolina ilumina todo o ambiente. Produz uma luz intensa,
muito branca, por causa de uma pequena rede de titânio que envolve a chama.
Esta, aquecida, emite uma luz muito mais forte e clara que a chama tremeluzente
amarelo-avermelhada de um simples lampião de querosene ou de uma lamparina.
Nessa sala, cada membro da família se entrega
a um passatempo favorito: tricô, vitrola de corda, jogo de cartas, leitura. Não
existe televisão, rádio, vídeo-filmes ou outros passatempos eletrônicos.
Tampouco a enorme variedade de eletrodomésticos que substituem o esforço físico
na realização dos trabalhos de rotina.
Sem muito que fazer, dormem demasiado cedo. A
falta de luz castiga a vista; é grande o consumo de querosene, de gasolina e de
velas. Toda atividade é penosa. Durante a noite, fica acesa apenas uma ou outra
lamparina. O silêncio é completo. Não existem buzinas nem roncos de motores
acelerados. Ouve-se apenas o ruído compassado dos cascos ferrados de cavalos
batendo nas pedras do calçamento.
Parece uma cidade fictícia, mas não é.
É São Paulo do século passado. O Brasil
teve sua primeira usina hidrelétrica em 1889. Em 1900, quando começaram os
bondes elétricos, em São Paulo já existia gerador a vapor. Próximo de 1930, era,
preponderantemente, a gás a iluminação das ruas. Nas casas, a eletricidade era
empregada apenas para acender umas poucas lâmpadas.
Como as locomotivas, as máquinas industriais
eram movidas, principalmente, a vapor obtido de grandes caldeiras aquecidas pela
queima de carvão inglês. De manhã, ouviam-se os apitos emitidos pelas caldeiras
das fábricas, anunciando a hora da entrada para o trabalho. À tarde, os
acendedores de lampiões, funcionários públicos, acendiam os postes de
iluminação da cidade.
Para uma pessoa nascida no final deste
século, é difícil sequer imaginar a vida na cidade sem eletricidade. Quase não
se vê uma casa, modesta que seja, sem ter sobre o telhado, uma arborescente
antena de televisão e, na cozinha, pelo menos um liquidificador. É o progresso,
dizemos. Sem energia, não há civilização, não há desenvolvimento!
O controle de várias formas de energia deu ao
homem um enorme poder sobre a natureza – de construir ou destruir. O progresso
dos últimos cem anos foi superior ao que aconteceu nos cinquenta séculos da
conhecida história da humanidade.
Esse progresso mecânico, porém, baseados
apenas no domínio da energia, pode ser sempre considerado benéfico à espécie
humana? Foi o resultado do real aumento da inteligência ou da capacidade de
compreensão humana? Não poderá o emprego das diversas fontes de energia, em
larga escala, gerar algum prejuízo, alguma consequência negativa para a própria
natureza?
(Adaptado de BRANCO, Samuel Murgel. Energia e
Meio Ambiente. São Paulo. Moderna, 1991, Coleção Polêmica)
1. De acordo com o texto, pode-se afirmar
que:
a) o progresso só traz consequências
benéficas à humanidade.
b) a tecnologia, ao lado bem, pode trazer o
mal.
c) o homem possui inteligência para somente
produzir o bem.
d) as técnicas humanas nem sempre são bem
entendidas por todos.
e) jamais o homem, usando a eletricidade,
proporcionará apenas o bem.
2. O texto afirma que:
A. com o progresso, a cidade de São Paulo,
não mais viveu na escuridão.
B. uma cidade sem eletricidade não proporciona o conforto de hoje.
C. um paulistano de hoje, nem imagina sua cidade sem eletricidade.
D. a energia elétrica resolveu todos os problemas dos paulistanos.
E. as fontes de energia são a salvação do homem de hoje.
B. uma cidade sem eletricidade não proporciona o conforto de hoje.
C. um paulistano de hoje, nem imagina sua cidade sem eletricidade.
D. a energia elétrica resolveu todos os problemas dos paulistanos.
E. as fontes de energia são a salvação do homem de hoje.
3. Pelo texto, pode-se concluir, unicamente,
com certeza, que:
a) a história da humanidade é conhecida há
pelo menos 5000 anos.
b) a eletricidade apenas foi conhecida no
final do século XX.
c) o homem não consegue viver sem as fontes
de energia elétrica.
d) sem energia elétrica, não há progresso
humano.
e) as antenas de TV indicam progresso em
benefício da humanidade.
4. Na antiga cidade de São Paulo, antes da
chegada da energia elétrica, vivia-se, segundo o texto:
a) com mais intensidade familiar, no ambiente
doméstico.
b) com problemas de visão, decorrentes da
falta de luminosidade.
c) sem ilusão e fantasia, porque não havia
videofilmes.
d) sem fraternidades, porque cada família se
fechava em si mesma.
e) com problemas de comunicação, pois as
antenas eram precárias.
5. De acordo com o texto, é válido afirmar que,
na antiga São Paulo:
a) os eletrodomésticos substituíam o esforço
físico.
b) à noite, pela falta de luz elétrica, nada
se podia ver ou enxergar.
c) apenas o querosene iluminava as casas de
seus habitantes.
d) a luz proveniente da queima do querosene era
a mais forte de todas.
e) por não existir muita atividade à noite,
dormiam cedo.
Gabarito 1.b- 2.c- 3.a- 4.a- 5.e
Questões de interpretação (interdisciplinar: texto-história-sociologia)
Texto I
Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não
conseguiram as bandeiras realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e
pelo vaqueiro. Enquanto que aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos
milhares, despovoando sem fixarem-se, estes foram pontilhando de currais os desertos trilhados,
catequizando o nativo para seus misteres, detendo-se, enraizando-se. No
primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o ir-e-ficar. E assim foi o
curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador, realizando
uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio
Goulart, in Brasil do Boi)
1) Segundo o texto:
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro.
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram.
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos.
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o
caminho.
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer.
2) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que:
a) desbravaram
b) mataram
c) catequizaram
d) despovoaram
e) não se fixaram
3) Os índios foram:
a) maltratados
b) aviltados
c) expulsos
d) presos
e) massacrados
4) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o
boi e o vaqueiro é:
a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4)
b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7)
c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7)
d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7)
e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5)
5) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na
passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é:
a) doutrinando o indígena para seus misteres
b) catequizando o aborigine para suas atividades
c) evangelizando o nativo para seus ofícios
d) doutrinando o nativo para seus cuidados
e) catequizando o autóctone para suas tarefas
6) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1),
mantendo o sentido e a coesão textual, é:
a) mesmo
b) não obstante
c) de
d) a respeito de
e) graças a
7) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos
bandeirantes ocorreram com:
a) organização e violência
b) rapidez e violência
c) técnica e profundidade
d) premeditação e segurança
e) demonstrações de racismo e violência
Gabarito: 1e-2c-3e-4d-5d-6a-7a
Texto II
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre
fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos
moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria
extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente
se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e
que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e
fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
1. Segundo o autor,
os antigos moradores da terra:
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
c) não gostavam de atividades rotineiras.
d) não colaboraram com a indústria extrativa.
e) levavam uma vida sedentária.
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
c) não gostavam de atividades rotineiras.
d) não colaboraram com a indústria extrativa.
e) levavam uma vida sedentária.
2. “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que:
a) trabalho apressado
b) trabalho aprimorado
c) trabalho lento
d) trabalho especial
e) trabalho duro
3. Na expressão “tendência espontânea” (/. 7), temos uma(a):
a) ambiguidade
b) cacofonia
c) neologismo
d) redundância
e) arcaísmo
4. Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses
b) os negros
c) os índios
d) tanto os índios quanto os negros
e) a miscigenação de portugueses e índios
5. Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a):
a) disposição
b) responsabilidade
c) inteligência
d) paciência
e) orgulho
Gabarito:1c-2b-3d-4c-5d
Questões com trecho de Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
Texto
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo
princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a
minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas
considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou
propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intrólito, mas no cabo:
diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in
Memórias Póstumas de Brás Cubas)
1. Pode-se afirmar, com base nas ideias do autor-personagem,
que se trata:
a) de um texto jornalístico
b) de um texto religioso
c) de um texto científico
d) de um texto autobiográfico
e) de um texto teatral
a) de um texto jornalístico
b) de um texto religioso
c) de um texto científico
d) de um texto autobiográfico
e) de um texto teatral
2. Para o autor-personagem, é menos comum:
a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
c) começar um livro por sua morte.
d) não começar um livro por sua morte.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.
3. Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) está morrendo.
b) já morreu.
c) não quer morrer.
d) não vai morrer.
e) renasceu.
4. A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos:
a) escreveram livros.
b) se preocupam com a vida e a morte.
c) não foram compreendidos.
d) valorizam a morte.
e) falam sobre suas mortes.
5. A diferença capital entre o autor e Moisés é que:
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso.
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte.
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte.
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.
Gabarito: 1d-2c-3b-4e-5d
O problema ecológico
Se uma nave extraterrestre invadisse
o espaço aéreo da Terra, com certeza seus tripulantes diriam que neste planeta
não habita uma civilização inteligente, tamanho é o grau de destruição dos
recursos naturais. Essas são palavras de um renomado cientista americano.
Apesar dos avanços obtidos, a humanidade ainda não descobriu os valores
fundamentais da existência. O que chamamos orgulhosamente de civilização nada
mais é do que uma agressão às coisas naturais. A grosso modo, a tal civilização
significa a devastação das florestas, a poluição dos rios, o envenenamento das
terras e a deterioração da qualidade do ar. O que chamamos de progresso não
passa de uma degradação deliberada e sistemática que o homem vem promovendo há
muito tempo, uma autêntica guerra contra a natureza.
Afrânio Primo. Jornal Madhva (adaptado).
1) Segundo o Texto I, o cientista
americano está preocupado com:(A) a vida neste planeta.
(B) a qualidade do espaço aéreo.
(C) o que pensam os extraterrestres.
(D) o seu prestígio no mundo.
(E) os seres de outro planeta.
2) Para o autor, a humanidade:
(A) demonstra ser muito inteligente.
(B) ouve as palavras do cientista.
(C) age contra sua própria existência.
(D) preserva os recursos naturais.
(E) valoriza a existência sadia.
3) Da maneira como o assunto é tratado no Texto I, é correto afirmar que o meio ambiente está degradado porque:
(A) a destruição é inevitável.
(B) a civilização o está destruindo.
(C) a humanidade preserva sua existência.
(D) as guerras são o principal agente da destruição.
(E) os recursos para mantê-lo não são suficientes.
4) A afirmação: “Essas são palavras de um renomado cientista americano.” (l. 4 – 5) quer dizer que o cientista é:
(A) inimigo.
(B) velho.
(C) estranho.
(D) famoso.
(E) desconhecido.
5) Se o homem cuidar da natureza _______ mais saúde. A forma verbal que completa corretamente a lacuna é:
(A) teve.
(B) tivera.
(C) têm.
(D) tinha.
(E) terá.
Gabarito: 1 A- 2 C- 3 B- 4 D
- 5 E
Texto
Liberado
Tido como
perigoso durante décadas, o ovo foi reabilitado por pesquisadores do mundo
todo. E atenção: ele não aumenta as taxas de colesterol no sangue como se
pensava. De quebra ajuda a emagrecer
“Agora
essa. Descobriram que o ovo, afinal, não faz mal. Durante anos nos
aterrorizaram. Ovos eram bombas de colesterol. Não eram apenas
desaconselháveis, eram mortais. Você podia calcular em dias o tempo de vida
perdido cada vez que comia uma gema.” Assim começa a crônica Ovo, em que o
escritor
Luis Fernando Verissimo demonstra sua indignação por ter sido afastado dessa
iguaria durante um bom pedaço da sua vida – restrição que não foi exatamente
fácil para ele. “Sei não, mas me devem algum tipo de indenização. [...] O fato
é que quero ser ressarcido de todos os ovos fritos que não comi nestes anos de
medo inútil. E os ovos mexidos, e os ovos quentes, e as omeletes babadas, e os
toucinhos do céu, e, meu Deus, os fios de ovos. Os fios de ovos que não comi para
não morrer dariam voltas no globo. Quem os trará de volta?”
Bem, a má
notícia é que ninguém trará os fios de ovos de volta. E, claro, não há quem
pense em propor uma indenização aos apreciadores desse alimento. A boa nova é
que, nos últimos anos, o ovo realmente vem sendo objeto de uma reabilitação
poucas vezes vista na história da Medicina. Até mesmo os cardiologistas mais
radicais, aqueles que demonizaram os ovos como os maiores vilões da saúde do
coração,
começam a rever suas posições. A virada se deve a uma série de estudos
científicos, muitos deles com dezenas de milhares de participantes, que mostram
de maneira muito contundente que a sua condenação foi uma espécie de julgamento
sumário. Se fosse uma questão criminal, seria um
caso
clássico de erro jurídico. Analisadas as evidências, veio a público um novo
veredicto: o ovo está absolvido. E as provas, diga-se, não são poucas. (...)
Com o
avanço da Medicina, descobriu-se que apenas uma pequena parcela do colesterol
sanguíneo provém da dieta – a maior parte é produzida pelo próprio organismo.
Portanto, elevar a ingestão de colesterol não provoca necessariamente elevação
significativa dos níveis da substância.
Essas
evidências levaram a Associação Americana do Coração a revisar nos últimos anos
suas influentes diretrizes dietéticas. O colesterol da alimentação, segundo
seus membros, ainda deve ficar restrito aos 300 miligramas diários. Mas o veto
ao ovo tornou-se mais ameno – o que é um sinal de maturidade
científica.
Algumas pessoas, como os diabéticos e aqueles que já sofreram infartos, devem
obedecer realmente à antiga limitação de três unidades semanais. Aos demais
indivíduos a mensagem é clara: o ovo está liberado. Infelizmente, sem a
possibilidade de indenização para quem sentiu sua falta no
prato
esses anos todos.
(MONTENEGRO,
Tito. In: Nutrição. Revista Saúde. jun 2007. p. 21-25)
1.
O tema do Texto 1 está melhor explicitado em:
A) A
revolta dos apreciadores de ovo.
B) A
reabilitação do consumo de ovo.
C) O prejuízo causado pelos erros médicos.
D) Os
avanços da Medicina no controle do colesterol.
E) A
importância da Associação Americana do Coração.
2. De acordo com o texto, podemos
afirmar que:
A) o
colesterol que ingerimos não é o maior responsável pelo aumento de seus níveis
no sangue.
B) estudos
científicos no mundo todo mostram que o ovo não é rico em colesterol como se
pensava.
C) o ovo
pode ser livremente consumido por pessoas com diabetes e histórico de doenças
cardíacas.
D) os
apreciadores de ovo estão exigindo uma indenização pelos ovos que deixaram de
comer.
E) na
história da Medicina, é relativamente comum um alimento ser considerado nocivo
à saúde e, algum tempo depois, acontecer o contrário.
3. No texto, ovo também é chamado de
A) colesterol.
B) fios
de ovos.
C) iguaria.
D) substância.
E) toucinhos
do céu.
4. O ovo, por muito tempo excluído da dieta saudável, passou a ser visto
de outra forma até pelos cardiologistas mais radicais.
O autor
expressa essa mudança súbita e radical de pensamento por meio do termo
A) condenação.
B)
indignação.
C)
maturidade.
D)
reabilitação.
E) virada
5. Um texto pode remeter a outros textos
anteriores como fonte de sentido. Essa relação entre textos é chamada
intertextualidade .
No Texto 1, o autor lança mão da crônica Ovo para
A) apoiar o seu argumento de que a liberação do
ovo não foi uma boa notícia.
B)
amenizar o impacto da notícia da reabilitação
do ovo nos leitores.
C)
criticar a reação exagerada de Verissimo.
D)
dar um tom mais humorístico ao seu texto.
E) dividir com Verissimo a responsabilidade de
anunciar a novidade.
6. Uma das técnicas utilizadas pelo autor para separar fisicamente o seu texto da crônica foi
A) o uso de aspas.
B) a sucessiva quebra de parágrafos.
C) a utilização de caracteres em itálico.
D) a
menção a Luiz Fernando Verissimo.
E) a resposta à questão: “Quem os trará de
volta?”
7. Em “O fato é que quero ser ressarcido de
todos os ovos fritos que não comi nestes
anos de medo inútil. E os ovos mexidos, e os ovos quentes, e as omeletes babadas, e os
toucinhos do céu, e, meu Deus, os fios de ovos.”, Verissimo enumera as delícias
que inutilmente deixou de comer, entre elas, os fios de ovos, aos quais é dado
um destaque especial, por meio de um apelo, em
A) quero.
B) de todos.
C) inútil.
D) toucinhos do céu.
E) meu
Deus.
8. Assinale a única alternativa que não representa uma referência
temporal:
A) “durante décadas”.
B)
“durante um bom pedaço da sua vida”.
C)
“nos últimos anos”.
D)
“poucas vezes”.
E) “esses anos todos”.
9. Em “Se fosse uma questão criminal, seria um
caso clássico de erro jurídico”, está expressa uma relação de
A) hipótese.
B) conclusão.
C) concessão.
D) finalidade.
E) proporcionalidade.
10. A analogia feita pelo autor entre a
condenação do ovo na Medicina e na justiça, é evidenciada pelo uso de certas
palavras. Assinale a alternativa em que todos os termos remetem ao mundo
jurídico:
A) criminal,
diabéticos, provas.
B) provas,
evidências, absolvição.
C) veredicto,
julgamento, reabilitação.
D) indignação,
condenação, absolvição.
E) bombas
de colesterol, condenação, julgamento sumário.
Gabarito
1b- 2a- 3c- 4d- 5d- 6-a 7e- 8d- 9a- 10b
TEXTO 3º
ANO TARDE
1. A
2. C
3. B
4. D
5. E
2. C
3. B
4. D
5. E
UM PÉ DE MILHO
Rubem Braba
Os americanos, através do radar, entraram em
contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais
importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de
terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim
– mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da
casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu.
Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente
que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e
afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas
eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do
muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca
tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente.
Um pé de milho sozinho, em um canteiro
espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura,
é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas
folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas –
mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho
parecia um cavalo empinado, de crinas ao vento e em outra madrugada, parecia um
galo cantando.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas
que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas
flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele
pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso
canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa
que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra.
Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de
escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.
1 - A expressão sublinhada no
segmento “Os americanos, através do radar...”, indica:
(A) lugar;
(B)
instrumento;
(C)
meio;
(D)
causa;
(E)
condição.
2 - A crônica acima foi escrita há mais de vinte anos
por Rubem Braga; o segmento do texto que mostra sua não-atualidade é:
(A)
“Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua,...”;
(B)
“...sou um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos”;
(C)
“Anteontem aconteceu o que era inevitável...”;
(D)
“Sou um ignorante, um pobre homem da cidade”;
(E)
“Detesto comparações surrealistas...”.
3 - Entre os dois períodos do primeiro
parágrafo do texto, a oposição mais importante para o próprio texto é:
(A)
estrangeiros X brasileiros;
(B)
emocionante X frio;
(C)
universal X particular;
(D)
cósmico X terrestre;
(E)
tecnológico X rudimentar.
4 - “...nasceu alguma coisa que podia ser um pé
de capim...”, “...e declarou desdenhosamente que aquilo era capim.”; os
dois elementos sublinhados no texto indicam, respectivamente:
(A)
desprezo / desconhecimento;
(B)
desconhecimento / desprezo;
(C)
desconhecimento / desconhecimento;
(D)
desprezo / desprezo;
(E)
afetividade / menosprezo.
5 - O motivo que levou o autor a escrever a
crônica foi:
(A)
os americanos terem estabelecido comunicação com a lua;
(B)
ter nascido um pé de milho em seu canteiro;
(C)
o pé de milho de seu canteiro ter pendoado;
(D)
o pé de milho de seu canteiro ter conseguido sobreviver ao transplante;
(E)
ter sido confirmada a sua opinião de que o que nascia era um pé de milho.
6 - “...não é um número numa lavoura, é um ser vivo
e independente”; o segmento que confirma o que está sublinhado é:
(A)
“Suas raízes roxas se agarram no chão...”;
(B)
“...suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis”;
(C)
“...meu pé de milho pendoou”;
(D)
“Meu pé de milho é um belo gesto da terra”;
(E)
“...afirmou que era cana”.
7
- Considerando o segundo e o terceiro
parágrafos do texto, o segmento que pode ser considerado uma interrupção da
narrativa é:
(A)
“Quando estava com dois palmos, veio outro amigo e afirmou que era cana”;
(B)
“-mas descobri que era um pé de milho”;
(C)
“Mas ele reagiu”;
(D)
“Sou um ignorante, um pobre homem da cidade”;
(E)
“Ele cresceu, está com dois metros...”.
8 - A substituição correta do termo sublinhado por um
sinônimo está em:
(A)
“Transplantei-o para o exíguo canteiro...” = raso;
(B)
“...e declarou desdenhosamente que aquilo era capim” =
depreciativamente;
(C)
“...veio enriquecer o nosso canteirinho vulgar...” = popular;
(D)
“Anteontem aconteceu o que era inevitável...” = imprevisível;
(E)
“...que se afirma com ímpeto e certeza” = velocidade.
9 - A substituição da expressão sublinhada por um só
termo é inadequada em:
(A)
“Sou um ignorante, um pobre homem da cidade” = urbano;
(B)
“...tal como vi numa noite de luar...” = enluarada;
(C)
“...beijado pelo vento do mar...” = marinho;
(D)
“...exíguo canteiro da casa.” = doméstico;
(E)
“...é um belo gesto da terra.” = terrestre.
10 - Em todos os segmentos abaixo há um sintagma construído
por um substantivo + adjetivo (ou vice-versa); o sintagma em que a troca de
posições entre esses vocábulos pode trazer mudança de sentido é:
(A)
“Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa”;
(B)
“Secaram as pequenas folhas”;
(C)
“Sou um ignorante, um pobre homem da cidade”;
(D)
“...e é um esplêndido pé de milho”;
(E)
“...em um canteiro espremido...”.
11 - “Detesto comparações surrealistas...”;
apesar disso, o autor do texto faz uma dessas comparações:
(A)
“...o pé de milho parecia um cavalo empinado...”;
(B)
“...beijado pelo vento...”;
(C)
“Meu pé de milho é um belo gesto da terra”;
(D)
“Sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos”;
(E)
“Um pé de milho sozinho (....) é um ser vivo e independente”.
12 - Item que traz um vocábulo que NÃO pertence ao mesmo
campo semântico das demais é:
(A)
quintal / jardineiro / capim;
(B)
folhas / cana / milharais;
(C)
lavoura / raízes / chão;
(D)
flores / pendão / terra;
(E)
lavrador / pé de milho / cavalo.
13 - O fato de comparar o pé de milho a um cavalo
empinado e a um galo cantando destaca uma característica do pé de milho, que é
o(a):
(A)
solidão;
(B)
altivez;
(C)
mediocridade;
(D)
colorido;
(E)
beleza.
14
- “Eu não sou mais um
medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever...”; o
comentário INCORRETO sobre esse segmento do texto é:
(A)
o autor fala depreciativamente de seu ofício de escritor;
(B)
o vocábulo mais tem valor de tempo;
(C)
o adjetivo chata na verdade não se refere à máquina de escrever;
(D)
o adjetivo medíocre refere-se ao homem que escreve e não ao cronista;
(E)
máquina de escrever traz implicitamente uma datação da crônica.
15
- “Um pé de milho...”; às
vezes empregamos vocábulos que designam partes do corpo humano na
caracterização de seres inanimados. Esse processo está ausente em:
(A)
Deixei as sementes junto com os dentes de alho.
(B)
Na festa serviram um prato de língua de boi.
(C)
Pendurei o casaco nas costas da cadeira.
(D)
Os sapatos estavam perto da perna da mesa.
(E)
O filho da barriga da perna mama no peito do pé.
16 - Ao dizer, na última frase, “sou um rico lavrador da
rua Júlio de Castilhos”, o cronista quer dizer que:
(A)
pretende ganhar dinheiro, plantando milho;
(B)
vai continuar pobre, apesar de possuir um pé de milho;
(C)
ganhou importância em decorrência do nascimento da flor do pé de milho;
(D)
os outros lavradores da região vão passar a invejá-lo;
(E)
passou a lavrador numa região imprópria para isso.
17
- O segmento do texto em que a troca de classes entre as palavras sublinhadas NÃO
é correta:
(A)
“Mas aquele pendão firme, vertical...” – mas aquela firmeza e
verticalidade do pendão;
(B)
“Um pé de milho sozinho...” – a solidão de um pé de milho;
(C)
“Suas raízes roxas...” – a roxidão de suas raízes;
(D)
“...suas folhas longas e verdes...” – a lonjura e verdura de suas
folhas;
(E)
“Detesto comparações surrealistas...” – o surrealismo das comparações.
18 - “Já viu o leitor um pé de milho?”; a única forma
incorreta desse mesmo segmento do texto, mantendo-se o sentido original,
é:
(A)
O leitor já viu um pé de milho?
(B)
Viu já o leitor um pé de milho?
(C)
Um pé de milho já foi visto pelo leitor?
(D)
Já viu um pé de milho, o leitor?
(E)
Já o leitor, viu um pé de milho?
19
- O cronista compõe inicialmente sua crônica em primeira pessoa do
singular, mas no quinto parágrafo muda para a primeira pessoa do plural:
“...mas que nos encantou...”, “...veio enriquecer nosso canteirinho vulgar...”;
isto significa que:
(A)
o cronista enganou-se na estruturação do texto;
(B)
a crônica passou a considerar também o leitor como participante;
(C)
outras pessoas devem viver com o cronista;
(D)
o canteiro devia pertencer ao condomínio;
(E)
o cronista ampliou as apreciações para todo o gênero humano.
20 - O item em que o adjetivo tem valor objetivo e
não representa uma opinião do cronista é:
(A)
“...esplêndido pé de milho...”;
(B)
“...um pobre homem da cidade...”;
(C)
“Um pé de milho sozinho...”;
(D)
“...muitas flores lindas no mundo...”;
(E)
“...nosso canteirinho vulgar...”
Gabarito – Um pé de milho
1 c 2a 3c 4b 5c 6a 7d
8b 9c 10 c 11a 12e 13b 14c 15b 16c 17d 18e 19c 20c
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ResponderExcluirParabéns pelos textos escolhidos! Ótimo trabalho.
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