sexta-feira, 17 de junho de 2022

 

Como escrever um parágrafo argumentativo de introdução?

 

O texto argumentativo deve defender o ponto de vista do enunciador sobre um tema polêmico.  Assim em primeiro lugar, deve-se fazer uma leitura do tema identificando seus aspectos mais importantes.

O parágrafo argumentativo deve conter um raciocínio completo.

A introdução de um texto argumentativo ( 15 a 30 linhas) deve apresentar três características essenciais para um bom desempenho:

1ª Deixar claro para o leitor qual assunto é tratado no texto

2º Estabelecer um, no máximo dois (de preferência) termos a serem explorados no desenvolvimento

3º Apresentar o raciocínio em linhas gerais, com palavras que sintetizem o que será analisado no desenvolvimento do texto.

 






Ex:     tema geral – MEIO AMBIENTE

Uma possível problemática para este tema deste tema é a relação entre o desenvolvimento e a preservação ambiental.

Então, partir da identificação de qual ideia será defendida, deve-se, na introdução, falar dela de forma geral. Como se vê a seguir,

 

A exploração humana do meio ambiente vem, ao longo da história, construindo um cenário preocupante que pode colocar a própria existência humana em risco no planeta. É um problema que se agrava tanto pela ausência do poder público, quanto pela contribuição dos cidadãos.

 

Assim, percebe-se que em linhas gerais, coloca-se a problemática (exploração) e uma relação de causa e efeito com termos gerais (poder público e cidadãos). Dessa forma, é importante que apresentem as fundamentações para esses termos no desenvolvimento, que possui a função de analisar o que se apresenta na introdução.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

 

Linguagem ou Linguagens?

 

Como foi visto, a linguística possui critérios bem definidos acerca do conceito da palavra “linguagem”, entretanto, a própria palavra, em geral, é utilizada para se referir à diversos processos comunicativos e assim encontram-se denominações tais como linguagem musical, linguagem de programação de máquinas e computadores, linguagem corporal, de modo que a palavra assume outras representações além da científica.

Na gramática normativa do autor Rocha Lima (1998, pág. 45), vê-se sobre a linguagem a seguinte concepção: “Em sentido amplo, pode-se entender por linguagem qualquer processo de comunicação”. O autor cita como exemplos a mímica, o semáforo e transmissão de mensagens por outros meios como bandeiras, entre outros.  


O Engenheiro Florestal e pesquisador Peter Wohllebem, em seu livro “A vida secreta das árvores, destaca um capítulo sobre “A linguagem das árvores” no qual ele apresenta como conclusão de anos de pesquisa a forma de comunicação desses vegetais. Assim, Wohhllebem (2017, pág. 13) afirma:

 

 

“não seria interessante descobrir que as árvores podem se expressar? Claro que elas não produzem sons, por isso não a nada que possam escutar. Os galhos rangem, estalam ao entrar em atrito uns com os outros, e as folhas farfalham, mas esses sons são causados pelo vento, não dependem das ações delas. Acontece que as árvores marcam sua presença de outra forma: pelos odores que exalam.”

 

Essa forma de comunicação, não verbal, das árvores pode ser vista em outros seres tais como aves, abelhas, cães, gatos formigas, golfinhos baleias, etc. Todos esses processos são formas diferentes de comunicação, a priori, no sentido de transmitir informações, já que essa é uma das condições básicas da comunicação, a presença de duas fontes comunicativas. Também, por exemplo, quando um treinador consegue se comunicar com um animal. Há um processo comunicativo, mas em tais casos não se aplica o termo “linguagem”, já que não atende há alguns pré-requisitos: a linguagem é adquiria, evolui constantemente, transforma-se e utiliza-se do signo linguístico na representação da realidade, é, além disso, um meio de reflexão do indivíduo sobre si e sobre o mundo. (Igor Arraes)

 

A LINGUAGEM

 

A linguagem é a capacidade humana de interação através de relações simbólicas verbais ou não verbais. O ser humano é um ser linguístico. Durante o processo de evolução, a aquisição da linguagem possibilitou aos seres humanos muitas vantagens.  Imagine-se, por exemplo, uma comunidade onde não exista palavras, obviamente, toda a convivência dessa comunidade seria afetada, provavelmente a própria capacidade de sobrevivência enquanto grupo, já que a linguagem apresenta, entre seus carácteres, a capacidade de estabelecer e manter conexões entre as pessoas e esses laços foram fundamentais para a manutenção da vida do indivíduo e da coletividade.

A linguagem, como a conhecemos, é adquirida através da convivência, o ser humano, por ouvir repetidamente, internaliza o processo comunicativo. Já nos primeiros contatos entre pais e bebês, utilizam-se de palavras que serão repetidas pela criança. Assim, a formação intelectual de um indivíduo envolve vários aspectos relacionados à linguagem, desde o nível vocabular até as escolhas pessoais.

A linguagem utilizada por alguém diz muito sobre essa pessoa, aspectos cognitivos, culturais, sociais, religiosos, sentimentais, etc. Trata-se de uma “roupa” que serve, inclusive de identificação da pessoa que está vestida, dessa forma, expõe-se particularidades como  grupo social, possibilidade econômica, gostos culturais, preferência religiosa. Enfim, são várias as possibilidades de interpretação a partir da observação sobre como como a pessoa se veste, assim também ocorre com o comportamento linguístico de alguém. A roupa veste por fora, mas a linguagem veste por dentro.

O dicionário de linguística define a linguagem da seguinte forma:

“Linguagem é a capacidade específica à espécie humana de comunicar por meio de um sistema de signos vocais (ou língua), que coloca em jogo uma técnica corporal complexa e supõe a existência de uma função simbólica e de centros nervosos geneticamente especializados.  Esse sistema de signos vocais utilizado por um grupo social (ou comunidade linguística) determinado constitui uma língua particular. Pelos problemas que apresenta, a linguagem é objeto de análises muito diversas, que implicam relações múltiplas: a relação entre o sujeito e a linguagem, que é domínio da psicolinguística; entre a linguagem e a sociedade, que é domínio da sociolinguística; entre a função simbólica e o sistema que constitui a língua; entre a língua como um todo e as partes que a constituem; entre a língua como sistema universal e as línguas que são formas particulares; entre a língua particular como forma comum a um grupo social e as diversas realizações dessa língua pelos falante, sendo tudo isso domínio da linguística. Esses diversos domínios são necessária e estreitamente ligados uns aos outros.” (DEBOIS 1998, p. 387 -388)

Nota-se que a concepção linguística delimita o conceito de linguagem dentro da perspectiva de manifestação humana, simbólica, verbal, pois a linguística interessa-se pela linguagem no âmbito da palavra nas mais diferentes formas e meios de manifestação. Então, sabendo que a linguística é a ciência, em suas diversas ramificações, que pesquisa a linguagem, esse é ponto de vista científico sobre tal fenômeno. (Igor Arraes)