Linguagem
ou Linguagens?
Como
foi visto, a linguística possui critérios bem definidos acerca do conceito da
palavra “linguagem”, entretanto, a própria palavra, em geral, é utilizada para
se referir à diversos processos comunicativos e assim encontram-se denominações
tais como linguagem musical, linguagem de programação de máquinas e
computadores, linguagem corporal, de modo que a palavra assume outras
representações além da científica.
Na gramática normativa do autor Rocha Lima (1998, pág. 45), vê-se sobre a linguagem a seguinte concepção: “Em sentido amplo, pode-se entender por linguagem qualquer processo de comunicação”. O autor cita como exemplos a mímica, o semáforo e transmissão de mensagens por outros meios como bandeiras, entre outros.
O Engenheiro Florestal e
pesquisador Peter Wohllebem, em seu livro “A vida secreta das árvores, destaca
um capítulo sobre “A linguagem das árvores” no qual ele apresenta como
conclusão de anos de pesquisa a forma de comunicação desses vegetais. Assim,
Wohhllebem (2017, pág. 13) afirma:
“não seria
interessante descobrir que as árvores podem se expressar? Claro que elas não
produzem sons, por isso não a nada que possam escutar. Os galhos rangem,
estalam ao entrar em atrito uns com os outros, e as folhas farfalham, mas esses
sons são causados pelo vento, não dependem das ações delas. Acontece que as
árvores marcam sua presença de outra forma: pelos odores que exalam.”
Essa
forma de comunicação, não verbal, das árvores pode ser vista em outros seres
tais como aves, abelhas, cães, gatos formigas, golfinhos baleias, etc. Todos
esses processos são formas diferentes de comunicação, a priori, no sentido de
transmitir informações, já que essa é uma das condições básicas da comunicação,
a presença de duas fontes comunicativas. Também, por exemplo, quando um
treinador consegue se comunicar com um animal. Há um processo comunicativo, mas
em tais casos não se aplica o termo “linguagem”, já que não atende há alguns
pré-requisitos: a linguagem é adquiria, evolui constantemente, transforma-se e
utiliza-se do signo linguístico na representação da realidade, é, além disso,
um meio de reflexão do indivíduo sobre si e sobre o mundo. (Igor Arraes)
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