sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Tema de dissertação: Violência na Escola




Leia os textos abaixo e disserte sobre o tema:
Violência escolar: como reverter esse triste quadro da educação brasileira?

Texto 1





 

TEXTO 2

Menino de 9 anos é internado após agressão em escola 
Agência Estado
O menino Marco Antônio, de 9 anos, foi agredido por cinco garotos da mesma faixa etária dentro da sala de aula e na saída de uma Escola Estadual, anteontem, numa cidade próxima à região de Ribeirão Preto (SP). Devido à agressão, ele foi internado e passou por exames de tomografia e ressonância magnética em Ribeirão Preto. Marco terá alta hospitalar amanhã e usará colar cervical por 15 dias.
Segundo a mãe, de 27 anos, o filho sofre com as brincadeiras de colegas porque é gago. Após a agressão na escola, ele não mencionou nada em casa. Dentro da sala de aula (3ª série), ele foi atingido por um soco, um tapa e um golpe de mochila. Na saída da escola, a inspetora o mandou sair pelos fundos, mas os agressores perceberam e o cercaram, desferindo socos e chutes em seu corpo.
Na manhã de ontem, Marco acordou com o pescoço imobilizado. A avó o levou à escola e os cinco agressores foram mandados para casa pela direção. Revoltada, a mãe quer processar a escola e ainda retirar os três filhos de lá — Marco é o mais velho dos irmãos. A delegada Maria José Quaresma, da DDM, disse que cinco garotos foram identificados e serão ouvidos nos próximos dias.
O caso, registrado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), será investigado e passado à Curadoria da Infância e da Juventude. A Secretaria Estadual da Educação informou que foi aberta uma apuração preliminar para averiguar a denúncia de agressão entre alguns alunos da escola. “Caso seja constatado que o fato aconteceu dentro da escola, o Conselho Escolar vai definir as medidas punitivas em relação aos estudantes, como, por exemplo, a transferência de unidade”, disse a nota da Secretaria.
Agência Estado, 18/9/2009. (Para uso neste Caderno, os nomes, assim como outras informações que possam identificar os envolvidos, foram substituídos ou suprimidos).

 

Texto 3

O bullying
Você já ouviu falar de bullying, se é que não travou conhecimento com o problema pessoalmente. De modo geral, bullying é o comportamento agressivo de um ou mais estudantes contra outro(s). O termo se origina de bully, que significa "valentão", em inglês. Esse tipo de violência ocorre principalmente nas escolas, tanto no ensino fundamental quanto no médio, mas não tem se limitado ao âmbito escolar: também já chegou à internet, de onde derivou a expressão cyberbullying.


Texto 4

Tão violenta como a rua

Megaestudo da Unesco mostra, com estatísticas, que falta segurança nas  escolas brasileiras
Gabriela Carelli   
(Revista VEJA)
  Até que ponto a violência das ruas penetrou nas escolas do Brasil? Essa questão até agora só podia ser respondida com especulações baseadas em incidentes de maior repercussão, que aparecem na imprensa. Um levantamento realizado pela Unesco, o braço das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura, que será divulgado nesta semana, é o primeiro a examinar a insegurança na escola por meio de estatísticas. O estudo conclui que na maioria dos colégios, sejam eles públicos, sejam eles privados, a violência atingiu tal patamar que os alunos estão tão inseguros na sala de aula como se estivessem na rua. Para chegar a esse diagnóstico, foram entrevistados 34.000 estudantes, 13.400 pais e professores de 340 escolas de catorze capitais durante dois anos. "A violência no entorno da escola chegou a um ponto tão alarmante que ultrapassou os portões e invadiu o ambiente escolar", diz a socióloga Miriam Abramovay, coordenadora do estudo da Unesco. "Pudemos comprovar também que não passa de mito a idéia de que apenas os estabelecimentos de ensino público convivem com tráfico de drogas, armas e gangues. A situação é bem parecida no ensino privado."
 (...)
Os pesquisadores da Unesco consideram como violência na escola agressões, roubos e assaltos, estupros, depredações, armas e discriminação racial. Em décadas passadas, a violência dentro das instituições de ensino era vista como decorrência da rebeldia natural da adolescência. Os primeiros estudos sobre o assunto datam de 1950 e estão repletos de relatos de depredações e respostas malcriadas de alunos indisciplinados. O que antes era rebeldia hoje é crime de verdade. Nunca foi tão fácil o acesso a drogas e armas. Nem sequer é preciso procurar drogas fora da escola, pois muitos estudantes são também traficantes. "Temos alunos na cidade que se matriculam apenas para traficar", observa Jucinéia Santos, secretária de políticas educacionais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). "Há aluno que vende crack às 8 horas da manhã. Quem deve a ele pode ser baleado no pátio, na hora do recreio", diz.
Veja alguns números do levantamento:
Dos alunos que têm arma de fogo, 70% já levaram seus revólveres para a escola.
As ameaças contra professores tornaram-se mais constantes e perigosas: 50% do corpo docente de São Paulo e 51% do de Porto Alegre relataram algum tipo de agressão.
Quatro de cada dez professores atribuem a violência ao envolvimento dos alunos com drogas.
(...)
Os educadores ainda não chegaram a uma conclusão sobre o que é preciso para aumentar a segurança nas escolas, mas sabem que o custo é pesado. Só o governo de São Paulo está despendendo 500 milhões de reais para instalar câmaras e reformar os prédios. Com essa quantia, seria possível construir 294 unidades do tipo existente no projeto do Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola), do governo federal, com doze salas e área de lazer. O levantamento da Unesco também constatou que o grau de violência tem impacto decisivo no aproveitamento escolar. Metade dos alunos que convivem com situações muito agressivas não consegue concentrar-se nos estudos. A outra metade se divide entre aqueles que perdem a vontade de ir ao colégio e os que ficam extremamente nervosos. A violência é uma das principais razões do abandono prematuro dos estudos. O mesmo ocorre com os professores. Muitos desistem da profissão depois de agressões e ameaças.   

Dados
  • 40% dos professores consideram as gangues de jovens e as drogas os maiores problemas da escola no Brasil.
  • 50% dos alunos brasileiros têm o aprendizado prejudicado pela violência dentro da escola.
  • 3 em cada 10 alunos do ensino privado de Cuiabá já foram vítimas de assalto à mão armada dentro da escola.
  • Metade dos professores de São Paulo já relatou ameaças de agressão

       Fonte: Pesquisa Unesco Violência nas Escolas

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