Segundo o “Dicionário de
termos literários” de Massaud Moisés, o prefácio é a ação de falar a princípio.
Sinônimo de “prólogo”, no sentido de texto que precede ou introduz uma obra.
Na literatura em geral, o
prefácio é bastante utilizado chegando a ser praticamente obrigatória a sua
presença tanto em livros literários quanto em livros técnicos. É um texto que
pode ser escrito pelo próprio autor da obra prefaciada ou por terceiros, nesse
caso, a convite do autor, ou mesmo da editora.
Além disso, não é necessário que
seja escrito em uma época concomitante ao lançamento da obra, aliás, é comum as
editoras publicarem prefácios diferentes
para uma mesma obra quando, por exemplo, tratarem-se de reedições, feitas em
épocas diferentes.
O prefácio pode conter explicações
sobre a obra, contextualizando-a para o leitor através de informações sobre o
seu conteúdo e até sobre a biografia do autor. Possui uma estrutura
relativamente livre com uma linguagem que obviamente depende de fatores
condicionantes tais como: o autor, o público e o assunto.
Nos vestibulares, a
possibilidade de haver proposta com
prefácio é ampla, pois está diretamente relacionada à cobrança da leitura e
compreensão das obras literárias listadas, nesse caso, o candidato deve compor
o seu texto com uma certa profundidade, demonstrando conhecimento sobre o
livro.
CARACTERÍSTICAS
·
Linguagem de
acordo com a norma culta;
·
Possibilidade de
conotação;
·
Utilização da
primeira ou da terceira pessoa;
·
Tonalidade
poética;
·
Caráter da
exposição;
·
Aspectos da
narração;
·
Aspectos da
descrição;
·
Aspectos da
dissertação;
·
Organização
hierárquica dos enunciados;
·
Análise crítica
contextual;
·
Possibilidade de
título.
Exemplo:
PRÓLOGO
Meu amigo
Este livro vai naturalmente
encontrar em seu pitoresco sítio da várzea, no doce lar, a que povoa a numerosa
prole, alegria e esperança do casal.
Imagino que é a hora mais
ardente da sesta.
O sol a pino dardeja raios de
fogo sobre as areias natais; as aves emudecem; as plantas languem. A natureza
sofre a influência da poderosa irradiação tropical, que produz o diamante e o
gênio, as duas mais brilhantes expansões do criador.(...)
Mas sempre fui avesso aos
prólogos; em meu conceito, eles fazem, à obra, o mesmo que o pássaro á fruta
antes de colhida; roubam as primícias do sabor literário.(...)
Rio de janeiro, maio de 1865.
(José de Alencar – Iracema)