sábado, 9 de abril de 2016

Temas para Dissertação: imprensa livre; analfabetismo; telenovela





TEMAS PARA DISSERTAÇÃO
Laboratório de Redação –
(Prof. Igor Arraes)

PROPOSTA 1 (UPF 2010)

IMPRENSA LIVRE E DEMOCRACIA
     De golpes militares repentinos a vitórias nas urnas seguidas da lenta e inicialmente indolor cocção das
liberdades individuais, as ditaduras valem-se de variados caminhos para chegar ao poder e nele se perpetuar. Sejam
quais forem as vias escolhidas, os regimes ditatoriais da nossa era têm, no entanto, um traço em comum: a tentativa de
supressão da liberdade de imprensa.
     A existência de uma imprensa livre é uma das manifestações mais claras do grau de civilização atingido
pelas sociedades abertas. E a principal garantia do estado de direito. Por essa razão, ela é abominada pelas ditaduras
e pelas plutocracias estatais. Pela mesma razão, torna-se o primeiro alvo de grupos políticos que pretendem perpetuarem-se  no poder ou dominar o Estado em benefício de seus próprios interesses.
(Carta ao Leitor, Veja, n. 2131, set 2009).
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Reflita sobre o fragmento e redija um texto dissertativo apontando a necessidade/importância de a imprensa
ser comprometida com o bem comum.


PROPOSTA 2 (UPF 2010)


ANALFABETISMO: UMA FORMA DE EXCLUSÃO
     Um dos resultados de pesquisa mais chocantes a respeito da educação brasileira foi comunicado em 2007,
com a divulgação do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf). Entende-se por alfabetismo funcional a
capacidade de emprego do conhecimento para o desempenho da cidadania e das atividades cotidianas. Na pesquisa,
apenas 28% da população são plenamente alfabetizados. A taxa de analfabetismo absoluto é de 7%, e os níveis
rudimentar e básico estão em 25% e 40%, respectivamente.
 (Afonso Celso Scocuglia, Mundo Jovem, n. 400, set. 2009, p. 10)
Os índices têm melhorado ao longo dos anos, mas ainda estão longe de serem satisfatórios.
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Com base na leitura do fragmento, produza um texto dissertativo sobre os tipos de exclusão que as pessoas
não plenamente alfabetizadas sofrem em seu cotidiano.


PROPOSTA 2  (UFSP – 2010)

Leia os textos seguintes e reflita sobre as questões por eles propostas.

Texto 1










Texto 2
      Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um tremendo preconceito da universidade. Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o povo de débil mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de rosas só por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte. Ela é educativa no sentido de levantar certas discussões para um público relativamente pouco informado. Na década de 70, os autores faziam isso de maneira mais sutil. Nos dias atuais, sem a censura, as discussões podem ser mais abertas. O problema não está no que a novela transmite, mas na maneira como o assunto é debatido. O que precisa mudar com a máxima urgência é essa situação em que os educadores ignoram a existência da novela. As novelas estão aí, fazem um sucesso danado e mexem com a cabeça da moçada. Eu diria até que alienam menos que os telejornais. Como a novela é considerada um subproduto, as pessoas preferem dizer que foram a um concerto de música clássica a dizer que ficaram em casa vendo novela, como na verdade gostariam. A pessoa pode até ter dormido durante o concerto, mas acha que é mais chique. Uma bobagem, porque a telenovela é o grande produto cultural brasileiro, maior que a literatura e a música. (Trechos adaptados da entrevista da professora Maria Aparecida Baccega, da USP, à revista Veja, em 24.01.1996.)

Texto 3
Não vejo novelas. A última que me prendeu ao sofá foi escrita pelo Dias Gomes, que era um craque. Hoje, 15 segundos de novela bastam para me matar de tédio. Os mesmos personagens, o mesmo enredo, as mesmas caretas, as mesmas frases idiotas, as mesmas cenas toscas, a mesma história chata. As novelas são ridículas. Há um provérbio – que dizem ser francês – que assegura que “o ridículo mata”.
(Roberto Gomes. Gazeta do Povo, 16.08.2009.)

Texto 4
A dramatização e a representação da vida conquistaram – não por acaso – o privilégio do melhor horário noturno, pois mexem com mecanismos mentais muito fortes e decisivos. A telenovela não é uma imposição forçada nem um mecanismo de fuga. Não se confunde com o sono, com o uso da droga ou do álcool nem tenta escapar das obrigações sociais; ao contrário, o grande público
busca, pela telenovela, entrar inteiramente no social, no conhecimento e no domínio das regras da sociedade.
J.S.R. Goodlad, autor dessa tese, afirma que o motivo de se assistir às telenovelas é que por meio delas as pessoas podem ordenar e organizar sua vivência social segundo o que é permitido na sociedade, ou seja, de acordo com o “comportamento social adequado”.
Se o drama, segundo ele, assumiu anteriormente a função social através dos mitos, dos contos populares e dos rituais, é a telenovela que hoje atua como método de controle social.
Diante de uma vida problemática e sem esperanças, da necessidade de ganhar dinheiro, de ter uma casa ou um negócio próprio, de encontrar um companheiro, diante das exigências do trabalho, das contas a pagar e dos compromissos, a esfera emotiva das pessoas retrai-se. A vida que a televisão mostra é então, para o homem e para a mulher, uma verdadeira troca, com vantagens, de sua
vida real. (...) Ela é o alimento espiritual desse corpo cansado, sugado e exaurido pelo trabalho industrial na linha de montagem, pelo trabalho burocrático no banco ou na repartição, pelo trabalho enfadonho dos escritórios e das lojas.
(Ciro Marcondes Filho, Televisão: a vida pelo vídeo.)

     Com base nas informações e reflexões apresentadas nos textos de apoio e em seus próprios conhecimentos, elabore uma dissertação argumentativa, em prosa e em norma padrão, sobre o seguinte tema:
A telenovela brasileira: conscientização ou alienação?
Escolha UMA das duas situações de comunicação escrita a seguir, e redija seu texto, com 20 linhas, no mínimo, e 25, no máximo.


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