TEMAS PARA DISSERTAÇÃO
Laboratório de Redação –
(Prof. Igor Arraes)
PROPOSTA 1 (UPF 2010)
IMPRENSA
LIVRE E DEMOCRACIA
De golpes militares repentinos a vitórias
nas urnas seguidas da lenta e inicialmente indolor cocção das
liberdades
individuais, as ditaduras valem-se de variados caminhos para chegar ao poder e
nele se perpetuar. Sejam
quais forem as vias
escolhidas, os regimes ditatoriais da nossa era têm, no entanto, um traço em
comum: a tentativa de
supressão da liberdade
de imprensa.
A existência de uma imprensa livre é uma
das manifestações mais claras do grau de civilização atingido
pelas sociedades
abertas. E a principal garantia do estado de direito. Por essa razão, ela é
abominada pelas ditaduras
e pelas plutocracias
estatais. Pela mesma razão, torna-se o primeiro alvo de grupos políticos que
pretendem perpetuarem-se no poder ou
dominar o Estado em benefício de seus próprios interesses.
(Carta ao Leitor,
Veja, n. 2131, set 2009).
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Reflita
sobre o fragmento e redija um texto dissertativo apontando a
necessidade/importância de a imprensa
ser
comprometida com o bem comum.
PROPOSTA 2 (UPF 2010)
ANALFABETISMO:
UMA FORMA DE EXCLUSÃO
Um dos resultados de pesquisa mais
chocantes a respeito da educação brasileira foi comunicado em 2007,
com a divulgação do
Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf). Entende-se por alfabetismo
funcional a
capacidade de emprego
do conhecimento para o desempenho da cidadania e das atividades cotidianas. Na
pesquisa,
apenas 28% da
população são plenamente alfabetizados. A taxa de analfabetismo absoluto é de
7%, e os níveis
rudimentar e básico
estão em 25% e 40%, respectivamente.
(Afonso Celso Scocuglia, Mundo Jovem, n. 400,
set. 2009, p. 10)
Os índices têm
melhorado ao longo dos anos, mas ainda estão longe de serem satisfatórios.
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Com
base na leitura do fragmento, produza um texto dissertativo sobre os tipos de
exclusão que as pessoas
não plenamente alfabetizadas sofrem em
seu cotidiano.
PROPOSTA 2 (UFSP – 2010)
Leia os textos
seguintes e reflita sobre as questões por eles propostas.
Texto 1
Texto 2
Considerar a
telenovela um produto cultural alienante é um tremendo preconceito da universidade.
Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o povo de débil mental.
Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de rosas só
por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural
de alta qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte. Ela é
educativa no sentido de levantar certas discussões para um público
relativamente pouco informado. Na década de 70, os autores faziam isso de
maneira mais sutil. Nos dias atuais, sem a censura, as discussões podem ser
mais abertas. O problema não está no que a novela transmite, mas na maneira
como o assunto é debatido. O que precisa mudar com a máxima urgência é essa
situação em que os educadores ignoram a existência da novela. As novelas estão
aí, fazem um sucesso danado e mexem com a cabeça da moçada. Eu diria até que
alienam menos que os telejornais. Como a novela é considerada um subproduto, as
pessoas preferem dizer que foram a um concerto de música clássica a dizer que
ficaram em casa vendo novela, como na verdade gostariam. A pessoa pode até ter
dormido durante o concerto, mas acha que é mais chique. Uma bobagem, porque a
telenovela é o grande produto cultural brasileiro, maior que a literatura e a
música. (Trechos adaptados da entrevista da professora Maria Aparecida Baccega,
da USP, à revista Veja, em 24.01.1996.)
Texto 3
Não vejo novelas. A última que me prendeu ao sofá foi
escrita pelo Dias Gomes, que era um craque. Hoje, 15 segundos de novela bastam
para me matar de tédio. Os mesmos personagens, o mesmo enredo, as mesmas
caretas, as mesmas frases idiotas, as mesmas cenas toscas, a mesma história
chata. As novelas são ridículas. Há um provérbio – que dizem ser francês – que
assegura que “o ridículo mata”.
(Roberto Gomes. Gazeta do Povo, 16.08.2009.)
Texto 4
A dramatização e a representação da vida conquistaram – não
por acaso – o privilégio do melhor horário noturno, pois mexem com mecanismos
mentais muito fortes e decisivos. A telenovela não é uma imposição forçada nem
um mecanismo de fuga. Não se confunde com o sono, com o uso da droga ou do
álcool nem tenta escapar das obrigações sociais; ao contrário, o grande público
busca, pela telenovela, entrar inteiramente no
social, no conhecimento e no domínio das regras da sociedade.
J.S.R. Goodlad, autor dessa tese, afirma que o motivo de se
assistir às telenovelas é que por meio delas as pessoas podem ordenar e
organizar sua vivência social segundo o que é permitido na sociedade, ou seja,
de acordo com o “comportamento social adequado”.
Se o drama, segundo ele, assumiu anteriormente a função
social através dos mitos, dos contos populares e dos rituais, é a telenovela
que hoje atua como método de controle social.
Diante de uma vida problemática e sem esperanças, da
necessidade de ganhar dinheiro, de ter uma casa ou um negócio próprio, de
encontrar um companheiro, diante das exigências do trabalho, das contas a pagar
e dos compromissos, a esfera emotiva das pessoas retrai-se. A vida que a
televisão mostra é então, para o homem e para a mulher, uma verdadeira troca,
com vantagens, de sua
vida real. (...) Ela é o alimento espiritual desse corpo
cansado, sugado e exaurido pelo trabalho industrial na linha de montagem, pelo
trabalho burocrático no banco ou na repartição, pelo trabalho enfadonho dos
escritórios e das lojas.
(Ciro Marcondes Filho, Televisão: a vida pelo vídeo.)
Com base nas
informações e reflexões apresentadas nos textos de apoio e em seus próprios
conhecimentos, elabore uma dissertação argumentativa, em prosa e em norma
padrão, sobre o seguinte tema:
A telenovela
brasileira: conscientização ou alienação?
Escolha UMA das duas situações de comunicação escrita a
seguir, e redija seu texto, com 20 linhas, no mínimo, e 25, no máximo.
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