domingo, 10 de abril de 2016

Artigo de opinião

 GÊNEROS JORNALÍSTICOS:

ARTIGO DE OPINIÃO

CONCEITO

     É  um gênero que ocorre em jornais e revistas, assinados por articulistas, intelectuais e pessoas em evidência no cenário cultural do país. É um texto argumentativo que tem como finalidade convencer o leitor a tomar uma determinada postura, normalmente sobre um tema polêmico.
     Por possuir estrutura semelhante à dissertação, o artigo é muito cobrado nos vestibulares. Por ser um texto de natureza literária, mesmo sendo persuasivo, o artigo é até mais flexível, ele permite o uso moderado de conotações, o uso da primeira pessoa do singular, uso de hipóteses tais como “acredito” e também algumas imposições, o que de certa forma caracteriza o próprio gênero, como se diz: artigo de opinião.


CARACTERÍSTICAS

  • Linguagem culta, dentro do código padrão;
  • Imposição argumentativa;
  • Análise crítica;
  • Possibilidade de uso da primeira pessoa do singular, primeira do plural ou terceira do singular;
  • Possibilidade de uso de conotações;
  • Possibilidade do uso de hipóteses na argumentação;
  • Capacidade de associação de ideias;
  • Aspectos da descrição;
  • Aspectos da narração;
  • Utilização da terceira pessoa ou primeira pessoa do singular;
  • Organização hierárquica dos argumentos;
  • Organização hierárquica dos enunciados e todas as segmentações textuais.




ESTRUTURA

Título
Em geral, adianta a ideia que está sendo defendida, muitas vezes, de forma provocativa. Deve-se atentar para a exigência, pois ela, geralmente, é feita na própria proposta.
Introdução
Apresenta o assunto, contextualizando o texto; demonstra a tese (ideia que está sendo defendida) que pode ser declarada ou deduzida pelo leitor a partir da contextualização apresentada.
Desenvolvimento- argumentação –
Analisa os aspectos relacionados ao tema em questão; utiliza-se de argumentos plausíveis; estabelece relações de causa, consequência, conformidade, analogia, quantificação, condição, contraste, finalidade, entre outras.
 Conclusão
Deve ser o encerramento natural do raciocínio adotado no texto, geralmente retoma a tese, confirmando-a pela reiteração das ideias principais desenvolvidas.



EXEMPLOS:
Texto 1

Dentro do panorama e do cenário em que os jovens de todo mundo vivem hoje, parece natural que o maior de 16 anos tenha carteira de motorista. Acredito que para isso sejam necessárias duas condições fundamentais. A primeira, e mais importante, é que o jovem tem de ser responsável, civil e criminalmente, pelos atos que vier a cometer enquanto estiver dirigindo. Ele, e não seus pais, é quem deverá responder na justiça pelas infrações da lei e pelos acidentes que causar. Isso significa que o maior de 16 anos poderá ser processado e até preso se cometer algum crime no trânsito. Não e deve esquecer do eu quando uma pessoa está guiando um carro, pode, por imprudência ou sem querer, matar alguém.
A segunda condição; o jovem, além dos ensinamentos da auto-escola, deve receber algumas aulas básicas sobre noções fundamentais de responsabilidade criminal, civil e ordem jurídica. E precisa ser aprovado num exame após o concurso.
É evidente que a concessão da carteira de motoristas a maiores de 16 anos pressupões a aprovação de uma emenda no artigo 228 da Constituição. O artigo estabelece que são criminalmente irresponsáveis os menores de 18 anos. Seria uma melhoria em nossa legislação. É erro e contra-senso achar que o maior de 16 anos possa fazer o que bem entender sem ser responsável pelos seus atos.
Em países mais desenvolvidos, como Estados unidos, Alemanha, Itália e França, os maiores de 16 anos têm responsabilidades criminais.  Essa é a tendência do mundo moderno, e o Brasil está atrasado neste terreno. O momento  de conceder a carteira de motorista a um jovem com mais de 16 anos é uma magnífica oportunidade para dar-lhe o senso de responsabilidade jurídica.
Godofredo da Silva Teles
(advogado e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP))
(Época -15/6/98)

Texto 2

A adolescência tem características particulares. São próprias dela a prepotência a  autoafirmação, sensação e que se pode tudo. Mas é sabido que, nessa fase da vida, somos inexperientes, inseguros, mais desatentos e um tanto desengonçados. Os jovens ainda estão em fase de crescimento, e o desenvolvimento biológico não está completo. Por  todos esses motivos, não é recomendável dar carteira de motorista a um menor de 18 anos. O Brasil é campeão mundial de acidentes de carro. O trânsito em nossas cidades é caótico e violento. Os motoristas com idades entre 18 e 25 anos são pos que mais correm e por isso a incidência de acidentes é maior nessa faixa etária. Desde o início do ano temos o novo Código de Trânsito Brasileiro que vem sendo criticado por ser rigoroso demais, e é nesse contexto que se deseja dar a carteira de motorista aos maiores de 16 anos. Para que? Não é possível esperar dois anos para começar a dirigir?
Ser contra esse projeto de lei não ser contra os jovens. Quando um adolescente vota, ele pode até estar fazendo uma escolha errada, mas ainda assim terá aprendido a exercer  sua cidadania, com um voto, porém, ele não vai morrer nem matar  - o que pode acontecer se estiver dirigindo um carro. As vítimas, suas famílias e as pessoas que causaram acidentes sabem como é doloroso conviver com isso, principalmente quando um jovem morre ou fica inválido. Para ser contra a carteira de motorista para maiores de 16 anos, basta visitar os hospitais das grandes cidades durante um fim de semana e ver o estrago que a morte de um adolescente causa. Já temos muitos problemas para resolver em relação ao trânsito e aos jovens brasileiros.
Não precisamos de mais esse.
Salomão Rabinovich
(psicólogo, diretor do  Centro de psicologia Aplicada ao Trânsito (Cepat)
Presidente da associação de Vítimas do Trânsito (Avitran)
 (Época -15/6/98)

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