Boa tarde, pessoal, mais um tema interessante para treinar a Redação do ENEM!
I. O que você vai ser quando... o mercado crescer?
O mercado de trabalho
está mudando à velocidade de vários gigahertz. Profissões antes
inimaginadas não
param de surgir: na tela do designer de games, no telão do VJ, no escritório do advogado eletrônico,
na empresa do economista ambiental, onde quer que apareça uma nova necessidade. O
adolescente de hoje poderá se tornar especialista numa profissão que ainda
nem existe.
o autodidatismo é
predicado dos pioneiros. Seus seguidores, no entanto, já podem e devem estudar. Apesar da
rapidez do ciclo que vai de uma idéia seminal à sua transformação em ofício, as universidades
[...] estão, cada vez mais, tentando não ficar para trás. Estabelecimentos de
ensino apostam na formação em assuntos que, há pouco tempo, interessariam apenas
a jovens obcecados por novas tecnologias. [...]
[...]
O profissional do
futuro deve se preparar, ainda, para ser um especialista multidisciplinar. A
contradição é apenas
aparente. Ele precisará conhecer sua área tanto quanto possuir uma formação que lhe permita ter
uma visão abrangente das diversidades da sociedade contemporânea.
MENEZES, Cynara. O
que você vai ser quando... o mercado crescer? Folha de S. Paulo, São
Paulo, 29 abr. 2003.
Folha [Sinapse], n.
10, p. 10-12.
II. Fui a São Paulo, a convite do Grêmio dos Politécnicos,
bater um papo com os rapazes em sua Faculdade.
Recusei-me a fazer uma palestra, pois sou homem de língua emperrada; mas os motivos para a minha
ida, como me foram apresentados pelos futuros engenheiros paulistas, pareceram-me bastante
válidos, além de modestos. Têm eles que a carreira escolhida oferece o perigo de canalizar o
pensamento para problemas puramente tecnológicos, em prejuízo de uma humanização mais
vasta, tal como a que pode ser adquirida em contato com o homem em geral e as artes em
particular.
Há muito não me
sentava diante de tantos moços, com um microfone na mão, para lhes
responder sobre o que
desse e viesse. –– “Quem sou eu –– perguntei-me, não sem uma certa amargura –– quem sou
eu, que não sei sequer consertar uma tomada elétrica, para arrogar-me o direito de vir
responder às perguntas destes jovens que amanhã estarão construindo obras
concretas e positivas para
auxiliar o desenvolvimento deste louco país?” Mas eles, aparentemente pensavam o contrário,
pois puseram-se a bombardear-me de perguntas que, falar verdade, não dependiam em nada de
cálculos, senão de experiência, bom-senso e um grão de poesia.
MORAES, Vinícius de. Para
viver um grande amor. 7. ed. Rio de Janeiro: Sabiá, 1962. p. 141.
A arquitetura como
construir portas,
de abrir; ou como
construir o aberto;
construir, não como
ilhar e prender,
nem construir como
fechar secretos;
construir portas
abertas, em portas;
casas exclusivamente
portas e teto.
O arquiteto: o que
abre para o homem
(tudo se sanearia
desde casas abertas)
portas por-onde,
jamais portas-contra;
por onde, livres: ar
luz razão certa.
MELO NETO, João
Cabral de. Fábula de um arquiteto.
In: Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
v. único, p. 345-346.
Organização Marly de Oliveira.
III.
Ou se tem chuva e não
se tem sol
ou se tem sol e não
se tem chuva!
Ou se calça a luva e
não se põe o anel,
ou se põe o anel e
não se calça a luva!
Quem sobe nos ares
não fica no chão,
quem fica no chão não
sobe nos ares.
É uma grande pena que
não se possa
estar ao mesmo tempo
nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro
e não compro o doce,
ou compro o doce e
gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou
isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o
dia inteiro!
Não sei se brinco,
não sei se estudo,
se saio correndo ou
fico tranqüilo.
Mas não consegui
entender ainda
qual é melhor: se é
isto ou aquilo.
IV. Ou isto ou aquilo
MEIRELES, Cecília. Obra
poética. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1972.
p.734.
Tomando como ponto de
partida os textos apresentados –– que podem ser objeto tanto de consentimento quanto de
discordância –– escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você se posicione sobre:
A escolha da
profissão dentro de uma perspectiva que atenda às necessidades individuais
do ser humano e às
exigências da sociedade contemporânea.
Nenhum comentário:
Postar um comentário